"O que a gente vê em todos esses indicadores... é que há uma tendência de crescimento, embora quando a gente compare uma pesquisa com relação a outra, o crescimento está sempre dentro da margem de erro", explicou Fonseca. "Claramente tem um sinal aí de um crescimento gradual da aprovação do modo de governar da presidente Dilma." Em março de 2011, 56 por cento dos entrevistados consideravam o governo Dilma ótimo ou bom. O percentual chegou a cair para 48 por cento em julho de 2011, mas voltou a subir, até 57 por cento em novembro de 2011. Desde então, vem apresentando pequenas variações ou dentro da margem de erro ou próximas dela, que culminaram com os 63 por cento deste mês. Tanto a avaliação positiva do governo como a aprovação pessoal de Dilma estão em seus níveis mais altos.
Fonseca admitiu que os resultados da última sondagem podem ter sido influenciados pelo pronunciamento de Dilma em rádio e TV na noite de 8 de março, no qual ela anunciou a isenção de impostos sobre produtos da cesta básica. Naquele dia, o Ibope tinha começado a ouvir 2.002 pessoas, em 143 municípios, levantamento finalizado dia 11. Outro elemento que também contribuiu para a avaliação positiva de Dilma, segundo Fonseca, foi seu pronunciamento em janeiro quando deu os números da redução das tarifas de energia elétrica e voltou a descartar a possibilidade de apagão.
A pesquisa CNI/Ibope mostrou também que 29 por cento avaliam o governo Dilma como regular e 7 por cento o consideram ruim ou péssimo. Em ambos os casos, os patamares foram os mesmos da sondagem anterior.
EMPREGO E RENDA
Ao comentar os motivos econômicos da alta popularidade de Dilma, o gerente-executivo da pesquisa ressaltou que "a população brasileira teve um ganho muito forte de renda real, seus salários reais subiram nos últimos anos". Junto com a renda maior, o Brasil tem registrado mínimas históricas no nível do desemprego. Por outro lado, a inflação segue pressionada. Em fevereiro, a alta acumulada do índice oficial chegou a 6,31 por cento, bem próximo do teto da meta de inflação, de 4,5 por cento mais 2 pontos percentuais de tolerância.
Para Fonseca, porém, "a própria inflação... ainda não esta dilapidando os salários de maneira mais sensível". De acordo com a pesquisa, 57 por cento aprovam as políticas e ações de combate ao desemprego, enquanto os que desaprovam somam 40 por cento. Já em relação ao combate à inflação há praticamente um empate entre os que aprovam (48 por cento) e os que desaprovam (47 por cento).
MELHOR QUE LULA
A postura da presidente frente a problemas variados --como a interrupção de viagem internacional para visitar Santa Maria (RS), logo após incêndio em boate da cidade que vitimou mais de 200 pessoas-- também tem influenciado positivamente seu desempenho.
Fonseca explicou que Dilma tem conseguido construir uma imagem de "boa administradora", de "competência" e de que toma decisões "duras". Pela primeira vez a pesquisa registrou superioridade numérica dos entrevistados que consideram o governo Dilma melhor que o governo do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva. O governo Dilma é considerado melhor que de seu antecessor para 20 por cento, enquanto 18 por cento preferem o governo Lula, diferença dentro da margem de erro da sondagem.
Os dois governos são considerados "iguais" por 61 por cento dos eleitores.
(Reportagem de Maria Carolina Marcello)
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