domingo, 15 de junho de 2014

Professores da Univasf propõem criação de Parque do Tatu-Bola para preservar a espécie e a caatinga

Aproveitar o momento pelo qual passa o Brasil, com a realização da Copa do Mundo, e colocar em evidência um problema que envolve fauna e flora brasileiras, visando fundar uma área protegida para preservar o tatu-bola, animal característico da caatinga e ameaçado de extinção, que foi escolhido como mascote do mundial de futebol. Assim ganhou força a proposta de criação do Parque Estadual do Tatu-Bola, uma unidade de conservação da espécie e do bioma caatinga, que deverá se situar numa área entre os municípios pernambucanos de Petrolina, Lagoa Grande e Santa Maria da Boa Vista. A ideia surgiu a partir de estudos realizados pelo professor da Universidade Federal do Vale do São Francisco (Univasf), José Alves de Siqueira Filho, que está à frente da elaboração do projeto junto com a equipe do Centro de Referência para Recuperação de Áreas Degradadas (Crad) da Univasf. 

José Alves e o professor René Cordeiro, do Colegiado de Medicina Veterinária da Univasf, apresentaram a proposta de criação do Parque Estadual do Tatu-Bola durante a reunião do Conselho Estadual de Meio Ambiente (Consema), na qual também estiveram presentes representantes da Secretaria Estadual de Meio Ambiente e Sustentabilidade (Semas), realizada na cidade do Recife, no final de maio. O projeto com a formalização da proposta de criação do parque está sendo elaborado pela Univasf, em parceria com a Semas e a Agência Estadual de Meio Ambiente (CPRH), e será apresentado ao governador do Estado de Pernambuco, João Soares Lyra Neto. 

A ideia é que o Parque Estadual do Tatu-Bola seja implantado numa área com 75,6 mil hectares, pertencente aos três municípios pernambucanos. De acordo com Cordeiro, a espécie não é encontrada no Estado de Pernambuco há cerca de dez anos. O tatu-bola passou da categoria de espécie em vulnerabilidade para espécie em extinção devido à caça indiscriminada e à destruição da caatinga, seu habitat natural. “A ideia é reinserir o animal na área protegida do parque”, informa Cordeiro, que se intitula embaixador do tatu-bola. 

Mas há registros de tatu-bola no Estado do Piauí, para onde a equipe da TV Caatinga, Web TV da Univasf, foi na semana passada. Confira aqui a reportagem, realizada no município de São Raimundo Nonato. 

Pesquisa e extensão - De acordo com o professor René Cordeiro, além do caráter preservacionista, o Parque Estadual do Tatu-Bola deverá ser utilizado para fins de pesquisa e extensão. “Já temos alguns projetos submetidos com previsão de início em 2015 que podem ser realizados na área do parque”, afirma. 

O tatu-bola tem esse nome porque quando está em perigo, fecha-se totalmente em sua carapaça, formando uma bola, para se defender dos predadores. Há duas espécies do gênero Tolypeutes, ordem à qual pertence o tatu-bola, conhecidas como T. Tricinctus (tatu-bola-do-Nordeste) e T. Matacus (tatu-bola-do-Centro-Oeste). O Tricinctus é encontrado apenas no Brasil, nas regiões de caatinga e cerrado. Já o Matacus é mais presente na região Centro Oeste, especialmente no Pantanal. 

Recentemente, o animal ganhou o Plano de Ação Nacional para Conservação do Tatu-Bola (PAN), elaborado por diversas instituições, entre elas o Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade (ICMBio) e a ONG Associação Caatinga. O PAN prevê 38 ações, que têm o intuito de diminuir o risco de extinção da espécie, entre as quais a criação de unidades de conservação para o tatu-bola. 

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