"As mulheres, durante essa fase de transição, se queixaram por muito tempo de dificuldades cognitivas, como se lembrar de informações ou realizar tarefas que eram de rotina", disse a neuropsicológa e principal autora do estudo Miriam Weber, do Centro Médico da Universidade de Rochester, nos EUA.
"A pesquisa indica que esses problemas não só existem, mas se tornam mais evidentes nas mulheres no primeiro ano após seu último período menstrual", acrescentou.
O estudo observou 117 mulheres agrupadas em quatro categorias: etapa reprodutiva final (quando a paciente começa a notar mudanças em seu período menstrual), transição adiantada à menopausa, transição final à menopausa e etapa pós-menopausa adiantada.
As participantes passaram por vários testes para avaliar suas destrezas cognitivas, os sintomas relacionados a essa fase – como transtornos de sono, depressão e ansiedade – e um exame de sangue para determinar seus níveus do hormônio sexual estradiol, um indicador dos níveis de outro hormônio feminino, o estrogênio.
Os pesquisadores observaram que as mulheres na etapa pós-menopausa tinham um desempenho pior nas mediações de aprendizagem e memória verbais e destreza motriz que as voluntárias nos outros três períodos.
Além disso, o estudo identificou que os sintomas comunicados pelas mesmas mulheres, como depressão, ansiedade e dificuldades para dormir, não estão vinculados necessariamente com problemas de memória.
"Essas conclusões indicam que a deterioração cognitiva durante o período de transição é um processo independente, mais do que uma consequência da perda de sono ou depressão", acrescentou Miriam.
"Apesar dos níveis absolutos de homônio poderem ser vinculados à função cognitiva, é possível que as oscilações que ocorrem durante esse período desempenhem um papel nos problemas de memória de muitas mulheres", disse a pesquisadora.
"O mais importante é assegurar para as mulheres que esses problemas são normais e muito provavelmente passageiros", destacou Miriam.
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