Vários refrigerantes e comidas industrializadas têm frutose na fórmula, dizem pesquisadores (Foto: Mario Tama/Getty Images North America/AFP)
Cientistas realizaram testes que mostraram pela primeira vez que a frutose, um açúcar comum em alimentos industrializados e na dieta dos americanos, pode causar alterações no cérebro que levariam a um descontrole maior na hora de comer. As informações foram divulgadas por agências internacionais nesta quinta-feira (3).
Após tomar uma bebida com frutose, o cérebro não registra a sensação de saciedade de forma tão eficaz quanto o faz com o consumo de glicose, apontam os cientistas. Eles ressaltam que a pesquisa não prova que a frutose ou açúcares semelhantes podem levar à obesidade, mas destacam o papel que a substância deve ter no consumo excessivo de comida e em refeições exageradas.
Para o estudo, cientistas usaram ressonância magnética para monitorar o fluxo sanguíneo no cérebro de 20 jovens de peso normal, antes e depois de eles consumirem bebidas com glicose e frutose, durante várias semanas.
Os testes mostraram que a glicose nas bebidas "desliga ou suprime a atividade de áreas do cérebro ligadas intimamente ao desejo por comida", disse o endocrinologista da Universidade Yale, Robert Sherwin, um dos líderes da pesquisa.
Já com a frutose, "nós não constatamos estas mudanças", afirmou Sherwin. "Como resultado [da ingestão de frutose], a vontade de comer continua. Ela não é suprimida."
"Isso [a descoberta] implica que a frutose, pelo menos com relação ao controle do peso e do consumo de comida, tem um papel muito ruim na comparação com a glicose", ressaltou Jonathan Purnell, da Universidade de Ciência e Saúde de Oregon.
O estudo foi publicado nesta quarta-feira (2), no periódico "Journal of the American Medical Association". Os pesquisadores agora estão fazendo testes com pessoas obesas, para descobrir se elas reagem da mesma forma com a frutose e a glicose.
A frutose é adicionada em dezenas de bebidas e comidas industrializadas, e seu consumo cresceu desde 1970, ao mesmo tempo em que a obesidade nos EUA, aponta a agência Associated Press. |
Nenhum comentário:
Postar um comentário