Ações integradas para minimizar os efeitos da estiagem na Bahia foram discutidas por representantes de oito secretarias estaduais, das Voluntárias Sociais da Bahia (VSBA) e da sociedade civil organizada, incluindo as classes empresarial e religiosa, a partir da reunião com o governador Jaques Wagner. O encontro foi realizado ontem na Fundação Luís Eduardo Magalhães (Flem), no Centro Administrativo da Bahia, em Salvador.
O governador afirmou que o impacto da seca vai se refletir na economia baiana por mais um ou dois anos. "Muita gente perdeu o plantio e os animais, mas estamos ao lado dessas pessoas, fazendo ações emergenciais e estruturantes que vão nos preparar melhor para futuras estiagens." Segundo ele, a Bahia tem 56% do território no semiárido, "área que já é de pouco índice pluviométrico, e, quando isso diminui ainda mais, temos a crise pela qual estamos passando agora".
Estrutura básica – De acordo com o secretário de Relações Institucionais, Cezar Lisboa, o Estado já tem um sistema de logística com 11 postos de distribuição e três de doação espalhados em diversas regiões do estado. "Estamos colocando à disposição estrutura básica para que cada entidade tenha um canal para que os alimentos cheguem o mais rápido possível às famílias." O secretário informou que o próximo passo é uma reunião de trabalho, hoje, para definir a forma de cada entidade contribuir.
Segundo o secretário da Casa Civil, Rui Costa, uma das principais preocupações do governo é com o apoio ao agricultor familiar. "Oferecemos crédito, adiamento eventual de dívidas, abastecimento com carros-pipa e cestas básicas, entre outras ações." Ele explicou que o trabalho objetiva garantir que as contribuições cheguem rapidamente às famílias. "A Bahia é muito grande e precisamos combinar o custo da logística com o benefício que vai chegar ao cidadão."
O coordenador da Federação Nacional dos Trabalhadores e Trabalhadoras da Agricultura Familiar e Reforma Agrária (Fetraf) no estado, Rosival Leite, disse que a entidade está empenhada em contribuir para amenizar os efeitos da seca.
Artesanato – Até dezembro deste ano, o Instituto Mauá, autarquia vinculada à Secretaria do Trabalho, Emprego, Renda e Esporte (Setre), irá adquirir, em toda a Bahia, 42 mil peças de artesanato, com investimento de R$ 700 mil. Do total, R$ 350 mil serão destinados a 35 municípios da lista que já declarou situação de emergência por causa da ausência de chuva.
O anúncio foi feito durante a reunião de ontem. Na ocasião, ao entregar ao governador Jaques Wagner e à primeira-dama Fátima Mendonça uma colcha de fuxico, a artesã Josefa Silva de Macedo, do município de Nova Soure, materializou simbolicamente a aquisição dos produtos pelo Mauá.
Mobilização para arrecadar doações
Empresários, políticos e artistas baianos participaram de um almoço solidário, ontem, no restaurante Catarineta, no Hotel Pestana, com o governador Jaques Wagner, a primeira-dama e presidente das Voluntárias Sociais da Bahia, Fátima Mendonça, e secretários de Estado, com o objetivo de arrecadar fundos para minimizar os efeitos da seca no estado.
Realizado pelas Voluntárias Sociais e o Banco do Brasil, o evento reuniu 200 participantes, que fizeram doações em dinheiro para a conta da mobilização SOS Seca na Bahia, iniciativa de âmbito nacional. Qualquer pessoa pode doar, fazendo depósito na agência 3832-6, conta corrente 992733-6. O primeiro a contribuir foi o governador. "É bom saber que a sociedade quer ajudar a todos que estão sofrendo com a seca. Não importa o valor, o importante é dar apoio às famílias que estão sofrendo com a estiagem."
Todo o dinheiro arrecadado será destinado à Defesa Civil estadual, responsável pela gestão dos recursos, destinando o montante para ações emergenciais. "Esse evento foi a maneira que encontramos para mobilizar os empresários baianos a participar de uma ação tão justa. Toda a sociedade deve contribuir para amenizar o problema da seca", disse Fátima Mendonça.
Informações sobre a campanha
Para o diretor-executivo da Rede Record, Carlos Alves, a iniciativa do Estado ajuda a população das cidades que vivem situação precária por causa da longa estiagem. "Essa parceria do governo, da iniciativa privada e da TV Record visa chamar a atenção da população para que ela possa contribuir com a doação de água e alimentos. A emissora dá a sua contribuição, informando sobre a campanha, indicando os locais de doação e a situação decorrente da seca."
Participaram também da reunião os secretários de Comunicação Social, Robinson Almeida, do Meio Ambiente, Eugênio Spengler, de Desenvolvimento Social e Combate à Pobreza, Mara Moraes, da Fazenda, Luís Alberto Petitinga, do Planejamento, José Sergio Gabrielli, e da Segurança Pública, Maurício Barbosa, além do comandante-geral da Polícia Militar, coronel Alfredo Castro, e da presidente das Voluntárias Sociais, Fátima Mendonça.
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