Trinta dias. Esse seria, na opinião dos criadores, o prazo máximo de resistência de ovinos e caprinos no semiárido baiano se medidas emergenciais já não fossem adotadas pelo governo do Estado e municipios baianos. A seca que assola o Nordeste e que, na Bahia, já levou mais de 200 municipios a decretarem estado de emergência, faz o rebenho perder peso e impossibilita sua comercialização, levando-os de volta aos pastos, onde muitos morrem. Nesse contexto, até a água salobra, produzida em poços até pouco tempo não utilizados, assume um valor inestimavel. Esse é o quadro que o poder público e criadores se esforçam para mudar: se as previsões se confirmarem, a tarefa será longa: chuvas só são esperadas em outubro.
Para garantir a subsistência dos rebanhos, Estado e pecuaristas discutem formas de asegurar a alimentação dos animais, hoje fora dos padrões exigidos pelo mercado, além de facilidade de crédito para que os criadores consigam minimizar os prejuizos no período de estiagem prolongada. A redução no preço do milho colhido no região oeste do Estado, o credenciamento de armazéns para estoque dos grãos e a compra da carne dos animais abatidos pela Campanhia Nacional de abastecimento (Conab) são algumas das medidas adotadas pelo governo baiano.
"Mas o Estado não tem fôlego para manter essa estrutura até outubro sem a ajuda do governo federal", afirmou o secretário estadual da Agricultura (Seagri), Eduardo Salles. " Esperamos contar com a sensibilidade do governo federal e com a compreensão do Sedeste", afirmou Salles, referindo-se à impostância da aprovação de uma medida provisória que possibilite a doação de grãos aos cridores, hoje proibida por lei.
A falta de água atinge outras áreas de produção . "Campo Alegre de Lourdes, que tem a segunda maior produção de mel do País, só vai alcançar 10% do que produziu no ano passado, já que falta alimento e água para as abelhas. É grande o risco de perda de enxames", explica Salles, ressaltando que isso exige do órgão o fornecimento de ração - uma espécie de garapa - a apicultores. Ele nega que tenham faltado ações preventivas do Estado."Além da construção de barragens, o governo ampliou de seis mil, em 2006, para 155 mil o número de seguros safra para os produtores. A intensidade da seca surprendeu a todos".
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