domingo, 29 de junho de 2014

FAZENDA MARIAD EM JUAZEIRO É ‘ARREMATADA’ EM AÇÃO POLÊMICA

Segundo o Jornal Ação Popular agricultores que ocupam a área da Fazenda Mariad em Juazeiro foram surpreendidos quinta-feira (26) com a notícia de que a área teria sido arrematada por R$ 2 milhões sem o conhecimento da divulgação de edital ou comunicado oficial aos ocupantes da área. Segundo informações levantadas pela reportagem do AP, as duas áreas da fazenda foram arrematadas por R$ 2,5 milhões.

“Hoje dois terrenos no bairro Country Clube custa este valor, como é que uma área altamente privilegiada é arrematada por estes valore e que ainda o proprietário já tem em caixa mais R$ 2 milhões para indenizar nós agricultores que estamos no local há mais de cinco anos legalmente. Algo de estranho está acontecendo”, questiona um dos ocupantes.

Outro fato que surpreendeu os agricultores foi a chegada de segurança ao local. “Fato estranho, como se nós estivéssemos aqui irregularmente. Como é que a pessoa está trabalhando na terra e chega seguranças para intimidar?”, questiona outro agricultor. “Deve ter algum político peixe grande por traz desse esquema, deve ser aquele mesmo político guloso de sempre que vem sendo sócio de todos os loteamentos em Juazeiro. Está mais do que na hora da Câmara de Juazeiro criar uma CPI ou o Ministério Público Federal tomar as rédeas porque o fato é grave”, questiona outro. A área fica no Tourão, ela está dividida em dois blocos que cortam a BA 210.

As pessoas não quiseram divulgar os nomes temendo represálias.

O fato
Do Vale do São Francisco direto para a Europa. Essa era a rota utilizada pela quadrilha do empresário colombiano Gustavo Duran Bautista detido em agosto de 2007 com 485 quilos de cocaína no Uruguai para traficar drogas. Uma operação deflagrada pela Polícia Federal resultou na prisão de nove pessoas acusadas de participação no grupo, entre elas a ex-mulher de Bautista, a empresária paranaense Adriana Aparecida Rodrigues, 33 anos, detida em Pernambuco.

De acordo com a PF, a droga saía da Colômbia e ia para a Bolívia de avião. Posteriormente, ela vinha para o Brasil ou para outro país da América do Sul e depois seguia para a Europa. A cocaína era transportada de avião ou de navio, escondida em caixas de frutas do Vale do São Francisco.

Para isso, utilizavam o porto de Pecém, no Ceará, e uma pista de pouso localizada na Fazenda Mariad, em Juazeiro (BA), de propriedade de Bautista, considerado o braço direito do megatraficante colombiano Juan Carlos Ramírez Abadía, preso no último dia 7 em um condomínio de luxo da Grande São Paulo. Além da área em Juazeiro, a Mariad possui outra fazenda, em Petrolina (PE). São 203 hectares com plantio de uva, manga e melão. Bautista ainda tinha fazendas no Rio Grande do Norte e Ceará. A droga ia camuflada em caixas de frutas exportadas pela Mariad Fruits Imp & Exp, empresa de propriedade de Bautista.

Uma das primeiras pessoas a serem presas pela operação da Polícia Federal foi a ex-mulher de Bautista. Ela foi detida em um apartamento de luxo na Praia de Piedade, em Jaboatão dos Guararapes, no Grande Recife. Segundo a PF, Adriana era sócia do ex-marido na Fazenda Mariad e atualmente trabalhava em uma outra firma de exportação de frutas. Além do mandado de prisão temporária da empresária, a polícia também cumpriu mandado de busca e apreensão no apartamento dela.

Em Juazeiro (BA), a PF prendeu a gerente da fazenda Mariad, Ana Lúcia de Araújo Lima Lacerda. Ela foi localizada em um condomínio de classe média da cidade. Adriana e Ana Lúcia serão transferidas hoje para São Paulo, onde prestarão depoimento.

Segundo o delegado Luiz Roberto Ungaretti Godoy, chefe da Delegacia de Repressão a Entorpecentes da Polícia Federal, é prematuro dizer se a quadrilha de Bautista era uma ramificação do cartel do Norte del Valle, cujo líder é Abadía.

As outras sete pessoas foram presas nos Estados de São Paulo, Santa Catarina, Rio Grande do Norte e Ceará. Os mandados de prisão temporária e busca e apreensão foram expedidos pela Justiça Federal.

A PF informou que a quadrilha estava sendo investigada havia quatro anos. A Operação São Francisco ? batizada em alusão ao local de plantio das frutas ? teria sido deflagrada ontem por causa da prisão de sete pessoas no sábado, entre eles Gustavo Duran Bautista. Segundo o superintendente da PF em São Paulo, Jaber Saadi, desde então foram realizadas 16 prisões e apreendidos 525 quilos de cocaína, 12 veículos, um helicóptero, dois aviões, US$ 45 mil e R$ 35 mil em espécie e passaportes.

Desde aquela época a área ficou sob o domínio da justiça federal.

Com informações do Jornal Ação Popular

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