Com o objetivo de conhecer o trabalho de conversão de irrigação desenvolvido pela Companhia de Desenvolvimento do Vale do São Francisco e do Parnaíba (Codevasf), por meio da 6ª superintendência regional, técnicos do DNOCS estiveram esta semana que passou no perímetro irrigado Mandacaru, em Juazeiro (BA), interessados em replicar a metodologia criada pela Codevasf. Participaram da visita as administradoras Gleice de Souza Costa, Nádia Maria Farias e o coordenador técnico Douglas Pinto Júnior, representando a Diretoria de Tecnologia e Produção do Departamento Nacional de Obras contra a Seca do Estado do Ceará.
O objetivo foi iniciar a elaboração de projetos para posterior implantação em perímetros daquela autarquia, a exemplo da Codevasf, minimizando os problemas que acontecem naqueles devido à falta de água dos seus açudes. A conversão é imperativa para a transferência de gestão de perímetros irrigados, em condições adequadas para os usuários. Atualmente, o Governo Federal, por meio do DNOCS e da Codevasf - órgãos vinculados ao MI -, é o responsável pela implantação dos perímetros públicos de irrigação. Segundo um dos idealizadores da metodologia, o engenheiro agrônomo Rodrigo Franco Vieira, as ações começaram há mais de oito anos em um dos lotes do Mandacaru, o de número 38, para o qual foi elaborado um projeto de microaspersão cujos resultados despertaram a ideia da nova metodologia, que levou em conta a expressiva economia de água.
Após a implantação, foi o trabalho de Ater fundamental para o sucesso da metodologia. “No início, os produtores estavam um pouco arredios, mas com a ajuda dos serviços de assistência técnica que a Codevasf disponibilizou e com palestras, visitas e demonstrações técnicas, conseguimos convencer os produtores a acreditarem e mudarem o ponto de vista, a absorverem a nova tecnologia”, explica Vieira. A metodologia rendeu à Codevasf o Prêmio Fundação Banco do Brasil de Tecnologia Social 2013 na categoria “Gestores Públicos”.
Resultados
O agricultor Nilton Alves Nunes é testemunha dos bons resultados do novo sistema de irrigação. Ele, que é um dos fundadores do perímetro Mandacaru, afirma que “melhorou 100%, pois a quantidade de água que se usa hoje é um quarto da que se usava. Acho que minha economia de água é de 80%, e tem gente aí tirando 45 a 50 toneladas de cebola por hectare, quando a produtividade era de 18 a 20”. Segundo os estudos realizados, houve economia de aproximadamente 50% do total de água utilizada na irrigação no perímetro, já que o bombeamento anual de água foi reduzido em 21%, e houve aumento da área plantada em torno de 23%. O custo do distrito com energia elétrica caíu em 26%, e a inadimplência passou de 40 para 15%.
Mandacaru
O perímetro Mandacaru tem uma área irrigável de 420 hectares, sendo manga a cultura de maior destaque. Entre os cultivos temporários destacam-se cebola, melão e feijão. Em 2012, o valor bruto de produção foi de R$ 9,6 milhões. O perímetro foi implantado na década de 1970, com o advento da política de investimentos federais na agricultura nordestina, quando a cidade de Juazeiro (BA) foi contemplada com seu primeiro projeto de irrigação, o Mandacaru, criado em 1971. Começou com a Vila dos Colonos. Depois surgiram mais duas vilas chamadas Juca Viana I e II. No início dos anos 2000, veio mais uma vila, Mandacaru III.
Ascom Codevasf
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