quinta-feira, 11 de julho de 2013

Programa Brasil Sem Miséria instala cisternas para produção agrícola

A capacidade de armazenar água para abastecer os agricultores e suas famílias, ou produzir alimentos e forragens, é um dos motivos da construção de cisternas rurais nas Unidades de Aprendizagem (UNAP) que o Programa Brasil Sem Miséria vai financiar a instalação em 14 territórios do Semiárido brasileiro.

A presença das cisternas nessas Unidades segue um modelo implantado em outro programa do Governo Federal: Uma Terra e Duas Águas (P1+2). Nele, pesquisadores e técnicos da Embrapa Semiárido definiram um manejo para o uso eficiente e, por meio de um sistema simplificado de distribuição, irrigar um pequeno pomar e horta. Nesse trabalho, também estabeleceram práticas que previnem a contaminação do reservatório.

Quantidade Em vários testes os resultados do emprego dessa técnica são positivos, especialmente com relação à segurança hídrica e alimentar das famílias nas áreas rurais. As duas cisternas de 16 mil litros, avaliadas pelos profissionais da Embrapa em propriedades localizadas na Bahia, Pernambuco e Piauí, mostraram ser suficientes para garantir água e a colheita de frutas e hortaliças em todos os meses do ano.

De acordo com a pesquisadora Luiza Teixeira de Lima Brito, da Embrapa Semiárido, a primeira é destinada exclusivamente ao consumo humano. A segunda, por sua vez, garante o suprimento de água para os canteiros de hortaliças e pomar com até 36 fruteiras.

Com essa estrutura, uma família, com média de cinco pessoas, é capaz de se abastecer ao longo de todo o ano com frutas e hortaliças da melhor qualidade: acerola, mamão, manga. limão, pinha, pimentão, cenoura, berinjela além de alface e coentro.

Dispor no quintal de uma variedade de alimentos como essa, é um salto importante na melhoria da dieta das famílias rurais do Semiárido, afirma Luiza.

Multiplicação O Brasil Sem Miséria prevê a instalação de uma cisterna de 16 mil litros com o fim de regularizar, por todo o ano, o abastecimento de água de qualidade para as famílias de agricultores assistidas pelo programa. Os pesquisadores e técnicos da Embrapa, porém, têm defendido a construção de uma segunda cisterna, com capacidade bem maior de armazenamento, 52 mil litros, e voltada exclusivamente para uso agropecuário.

Com essa água, se viabiliza o cultivo de espécies alimentares e, mais ainda, permite aos agricultores produzirem mudas e sementes a fim de multiplicarem espécies forrageiras a exemplo da palma, capim elefante, leucena, gliricídia e maniçoba.

São plantas nativas ou bem adaptadas que, basta um pouco de “molhação” para que se tenha assegurado o material para plantio em maior escala no período chuvoso. Isto que pretendem demonstrar na área de algumas UNAPs.

Para José Nilton Moreira, Chefe Adjunto de Transferência de Tecnologia da Embrapa Semiárido, esta é uma estratégia relativamente nova para incrementar a disponibilidade de materiais de boa qualidade, em especial de espécies perenes, para que os agricultores mantenham nas suas propriedades reservas forrageiras que garantam uma fonte permanente de comida para os rebanhos nos períodos de seca.

O Supervisor de Implementação da Programação de Transferência de Tecnologia (SIPTT) do centro de pesquisa, Sérgio Guilherme de Azevedo, explica: dessa forma, se atende uma demanda de comunidades rurais e de profissionais envolvidos com a assistência técnica aos agricultores.

Segundo ele, a flexibilidade desse equipamento para usos variados vai ser de grande valia na promoção de inovações técnicas que ajudem na melhoria das condições de vida dos agricultores com pequeno rendimento no Semiárido.

Territórios As UNAPs 

Funcionarão como áreas de demonstração de tecnologias apropriadas para o ambiente quente e seco do Semiárido brasileiro. Mas, segundo José Nilton, a prioridade é por implantar apenas aquelas de custo baixo e que são adequadas à realidade das famílias que estão cadastradas nos programas sociais ou dispõe de Declaração de Aptidão do Produtor (DAP).

José Nilton e Sérgio Guilherme coordenam, respectivamente, a participação da Embrapa nos territórios de Irecê (BA), formado por 19 municípios, e do Araripe (PE), com 10 municípios. Para eles, nas ações em que estiverem envolvidos no Programa Brasil Sem Miséria, os pesquisadores e técnicos terão como prática a atuação compartilhada juntos aos agricultores de forma a não interferir ou alterar de forma brusca e unilateral os seus sistemas de produção.

O Chefe Adjunto diz que “estamos organizando um trabalho cooperativo para identificar tecnologias, mas também maneiras de melhorar a produção de alimentos e de forragens”
.

Val Santos, ex-cantora do Forró Balancear tem morte cerebral

Nenhum comentário:

Postar um comentário