As oficinas que já foram realizadas em Paulo Afonso (BA) e Penedo (AL) têm como objetivo discutir com os usuários das águas do Velho Chico, as diversas maneiras de utilização desse recurso natural que é fundamental para a vida humana. Durante toda terça-feira a oficina foi pautada na situação e utilização dos recursos hídricos na Bacia, envolvendo a redução de vazões.
“Os participantes foram distribuídos em grupos de trabalho e avaliaram os usos atuais da água por parte de cada seguimento presente, abordando os possíveis conflitos pelo uso da água, regras para a operação de barragens, assim como os possíveis impactos ambientais”, informou Ana Paula Farias, Secretária da Câmara Consultiva Regional do Submédio São Francisco. Já na manhã de hoje, os participantes foram reunidos em plenária, levantando propostas de alternativas de usos para superação de conflitos.
“Essas propostas serão consolidadas, com sugestões das oficinas anteriores, e se transformarão em um documento que será encaminhado à diretoria do Comitê para apreciação pelo conjunto dos membros, durante a reunião plenária marcada para agosto próximo”, destacou Carlos Eduardo, Coordenador da Câmara Consultiva Regional do Baixo São Francisco.
A Prefeitura Municipal de Juazeiro é membro do CBHRS, que possui em sua estrutura 62 membros titulares e suplentes. O comitê é responsável pela gestão dos recursos hídricos, e compreende em sua área de atuação os estados da Bahia, Alagoas, Pernambuco, Sergipe, Minas Gerais, Goiás, além do Distrito Federal. De acordo com o secretário de Agricultura de Juazeiro, Josival Barbosa, uma das preocupações relatadas durante o evento foi à redução da vazão do rio São Francisco.
“A redução da vazão do trecho Sobradinho à primeira Barragem de Itaparica, resultará em alguns conflitos. Se a vazão realmente for reduzida, mais de 1000 empregos serão extintos só na Ilha do Rodeadouro, e o papel da prefeitura, como órgão governamental éentrar na discussão e evitar que a CHESF não reduza mais que 1100 m³/s de água”, destacou, informando que hoje a barragem de Sobradinho possui 47% de sua capacidade, devido a forte estiagem e a falta de chuvas na região.
Vale salientar que a deliberação formal do colegiado acerca do assunto será incorporada, na forma de emenda ao Plano de Recursos Hídricos da bacia Hidrográfica do Rio São Francisco, o documento norteado das ações na bacia.
Estiveram presentes na oficina, representantes de companhias hidrelétricas, empresas públicas de abastecimento de água, indústrias, mineradoras, irrigantes, navegadores, pescadores, piscicultores, indígenas, quilombolas, além de órgãos públicos municipais, estaduais e federais, organizações civis e instituições acadêmicas.
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