sábado, 9 de março de 2013

Seminário debate igualdade de gênero no campo

“Esse é um momento de comemoração, mas é um momento principalmente de luta”, afirmou o secretário-executivo do Ministério do Desenvolvimento Agrário (MDA), Laudemir Müller, na abertura do seminário Construindo um Brasil Rural com Igualdade. O evento reuniu, nesta sexta-feira (8), em Brasília, funcionários do ministério e do Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária (Incra). Na pauta, discussões acerca do período que a sociedade brasileira vive em relação às políticas públicas para as mulheres, bem como o que precisa ser feito para ampliar o acesso dessa parcela da população e os desafios para atingir esta meta.

Durante o evento, foram salientados os avanços conquistados nos últimos anos para as mulheres rurais. “O MDA tem o compromisso político de ampliar a participação das mulheres rurais nas políticas públicas. Têm dez anos que a gente implementa ações específicas para as mulheres, que vão desde um programa de documentação para a trabalhadora rural, fazendo com que ela acesse as políticas públicas, até crédito especial para fomentar suas atividades”, destacou a diretora de Políticas para Mulheres Rurais, Karla Hora.

Laudemir Müller frisou a importância da luta das mulheres na construção de um País mais desenvolvido e igualitário. “Essa luta tem a ver com um Brasil mais justo. É uma luta por uma reforma agrária de qualidade, pela democratização no acesso à terra, pelo aumento da produção e geração de renda, pela construção de um meio rural mais desenvolvido, mais igualitário.”

O presidente do Incra, Carlos Guedes, explicou que o ministério e o Incra estão passando por um momento de mudanças na atuação da reforma agrária, que busca o protagonismo das mulheres no processo. “A tendência é que tenhamos a partir de agora, além do que já fizemos, uma realidade concreta de uma reforma agrária conduzida pelas mulheres. De os projetos de assentamentos serem instalados sob o olhar das mulheres que vão ser protagonistas neste processo de acesso à terra”, contou.

As palestrantes Hildete Melo, professora da Universidade Federal Fluminense, e Rosângela Cordeiro, do Movimento das Mulheres Camponesas, falaram sobre a realidade que muitas mulheres ainda enfrentam no campo. “A invisibilidade do trabalho da mulher é muito forte no meio rural e isso se reflete na remuneração. 79% das mulheres que trabalham no campo não têm remuneração. Dos 14 milhões de mulheres rurais, menos de 1,5 milhão declaram alguma renda”, apresentou Hildete.

“Se você olhar a produção de alimentos do Brasil, quase toda ela feita pela agricultura familiar. A contribuição das mulheres é muito grande nisso tudo. Agora ela não consegue dar visibilidade a isso, porque a gente vive num país em que a cultura ainda é patriarcal, machista e capitalista. E o que é valorável é o que a gente vende. Como essa produção das mulheres é para o autossustento da família, o máximo que faz é vender nas feiras, ela não é tida como trabalho e nem renda”, destacou Rosângela.


SENTO SÉ - SECRETÁRIO FAZ REUNIÃO COM AGENTES DE ENDEMIAS

Nenhum comentário:

Postar um comentário