sexta-feira, 23 de março de 2012

BA: governo envia R$ 10 mi para combate a efeitos da seca


A Coordenadoria Estadual de Defesa Civil da Bahia anunciou na quinta-feira o envio de R$ 10 milhões pelo governo federal para ações de emergência devido à seca que já atinge mais de um terço (158) do total de municípios baianos. O recurso será empregado na distribuição de água (R$ 6,4 milhões) e também de cestas básicas (R$ 3,6 milhões) para famílias cadastradas em programas sociais como o Bolsa Família.
Segundo a Defesa Civil, mais de R$ 5 milhões já foram empregados este ano para diminuir os efeitos da seca. Apesar disso, na opinião do coordenador executivo do órgão, Salvador Brito, caso não chova, a situação das famílias deve piorar nos próximos dias. "A seca já afetou uma população superior a 1,8 milhão de pessoas e pode chegar a 2 milhões a qualquer momento. As previsões não são nada animadoras. Em abril, não há expectativa de chuva para o semi-árido", estimou.
No município de Castro Alves (a 190 km de Salvador), por exemplo, das 36 localidades rurais, em 25, moradores sofrem com a falta para consumo próprio, pois não há água encanada. São 10 mil pessoas nessa situação somente na região.
Segundo moradores, o abastecimento é feito por carros-pipa, que realizam até quatro viagens ao dia, na tentativa de alcançar o maior número de comunidades. Mesmo assim, não é suficiente. Há locais que ficam até um mês sem água.
É comum, também, ver vasilhames nas portas das casas, canos nas calhas e bicas para que a água da chuva que escorre. "Temos que aproveitar a chuva, quando tem, para encher o maior número de potes e o tanque. Senão, ficamos sem água para beber", lamenta a dona de casa Joana Vieira.
Na zona rural de Juazeiro (município no norte baiano), o agricultor Osvaldo de Jesus, 54 anos, vive na comunidade de Pateiro. Ela tinha uma cisterna de 16 mil l de capacidade para ser usada pela família de cinco pessoas para beber, cozinhar, tomar banho e lavar roupas.
A falta de água atinge quase todas as regiões do Estado, com exceção da faixa litorânea. Três municípios - Itatiê, Andaraí e Nova Redenção - chegaram a solicitar declaração de estado de calamidade pública, mas os pedidos foram negados pela Defesa Civil. "A tragédia precisaria ser muito maior para isso", avaliou Brito.

Terra.com


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