quarta-feira, 25 de junho de 2014

EMBRAPA SEMIÁRIDO INSTALA UNIDADE DEMONSTRATIVA DE TECNOLOGIAS EM ESCOLA AGRÍCOLA DE SOBRADINHO

Na área rural, adolescentes que são filhos de agricultores de municípios baianos como Casa Nova, Sento Sé, Remanso e Sobradinho, aprendem diversas atividades. A rotina começa às 6h e após o café eles ajudam a limpar a cozinha e outros cômodos da “casa”. Em seguida, participam de um momento de reflexão. A rotina inclui ainda aulas e o aprendizado de técnicas agrícolas no campo. Ao final da tarde, tem também um momento reservado para as brincadeiras, conversas e o descanso, após o dia repleto de ensinamentos.

O lar é na verdade uma das unidades da escola família agrícola, que está localizada no município de Sobradinho, onde os estudantes permanecem em regimes alternados de quinze dias. Respeito, disciplina e a valorização do campo são alguns dos princípios que o diretor, Ailton Ferreira, aponta como parte dos saberes que são transmitidos aos jovens com idade média entre 11 e 15 anos. “Eles estudam disciplinas regulares do Ensino Fundamental II e também disciplinas diversificadas, que inclui ensino de zootecnia, agricultura, economia doméstica, orientação humana e programa de saúde”, completou.

A escola comunitária de Sobradinho faz parte da Rede de Escolas Família Agrícola Integradas do Semi-Árido, entidade da sociedade civil sediada em Feira de Santana (BA), e conta com o apoio de parceiros para manter o espaço, os salários de funcionários, as alimentações diárias dos alunos e a realização de cursos. O diretor Ailton Ferreira destacou que os colaboradores são fundamentais para tentar suprir todas as demandas da escola agrícola de Sobradinho, onde há cerca de 80 alunos que estão divididos em quatro turmas.

Alguns dos que contribuem são os pais dos estudantes e o Instituto Regional da Pequena Agropecuária Apropriada (Irpaa). Agora, a escola também inicia um trabalho com o Projeto Lago de Sobradinho, executado pela Companhia Hidro Elétrica do São Francisco (CHESF) e a Embrapa Semiárido, que instalou na primeira semana do mês de junho, uma unidade demonstrativa de tecnologias agropecuárias no campo experimental da escola. Com a ajuda dos estudantes, foi feito o plantio de aproximadamente 40 mudas de fruteiras nativas como o umbuzeiro, considerado uma das dádivas do Semiárido. A planta que tem raízes modificadas consegue se adaptar à irregularidade de chuvas da região.

O aluno do 7º ano Rubens Ferreira, observou as orientações dos funcionários da Embrapa Semiárido e declarou que pretende incentivar a família dele, que mora na comunidade do Salitre, em Juazeiro (BA), a reservar uma área do sítio para plantar mudas do umbuzeiro. A importância da ação realizada na Escola Família Agrícola de Sobradinho (EFAS), também é, segundo o pesquisador da Embrapa Semiárido Francisco Pinheiro Araújo, de incentivar a preservação de espécies nativas e auxiliar a obtenção de renda na escola, que no futuro poderá investir no beneficiamento dos frutos.

Além das plantas de umbuzeiro, também foi feito o plantio de mudas enxertadas. “A raiz do umbuzeiro consegue reter mais água. É por isso que a planta ajuda a cultivar também espécies que normalmente não são produzidas na nossa região. Então, é com o aproveitamento dessas raízes do umbuzeiro, que vamos produzir o umbu-cajá, a umbuguela e o cajamanga”, explicou o pesquisador da Embrapa Semiárido Francisco Pinheiro Araújo.

História – A EFAS já formou cerca de dois mil alunos desde 1990. O diretor Ailton Ferreira fez parte da primeira turma. E a coordenadora pedagógica Eliana Evangelista estudou na segunda turma da escola. Os dois também lecionam na EFAS, a professora Eliana Evangelista trabalha há 15 anos na unidade. Nascida na comunidade de São Gonçalo do Salitre, na área rural de Sobradinho, ela ressaltou que a escola foi fundamental para as oportunidades de estudos e a sua formação pessoal.

Mais informações: semiarido.imprensa@embrapa.br

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