domingo, 6 de abril de 2014

Estão sendo implantados nos perímetros irrigados de Bebedouro, Curaçá, Maniçoba e Mandacaru II o sistema de economia

Já está em andamento a elaboração dos projetos parcelares de irrigação dos perímetros Bebedouro, Curaçá, Maniçoba e Mandacaru II, nos quais será aplicada a metodologia de sucesso utilizada no perímetro Mandacaru, em um piloto iniciado em 2011 em Juazeiro (BA).

O projeto Bebedouro é pioneiro, juntamente com o Mandacaru, entre os perímetros implantados pela Companhia de Desenvolvimento dos Vale do São Francisco e do Parnaíba (Codevasf) no polo Petrolina–Juazeiro, e fará a conversão do atual modelo de irrigação, por superfície (sulcos), para o de irrigação localizada (micro aspersão e/ou gotejamento).

A nova metodologia permitirá drástica redução no consumo de água, aumento nos índices de produtividade e redução dos custos de produção, tal como ocorreu no Mandacaru. Quando implantado, o novo sistema contemplará 902 lotes: 117 no perímetro irrigado Bebedouro, em Petrolina (PE), e os demais no Curaçá, no Maniçoba e no Mandacaru II, em Juazeiro (BA).

“A ideia é entregar aos produtores os projetos parcelares de irrigação localizada, com o máximo de detalhes, de forma que a implantação ocorra com perfeição”, diz o engenheiro agrônomo Rodrigo Franco Vieira, da 6ª SR da Codevasf, em Juazeiro, e um dos fiscais do contrato para a execução das mudanças nos perímetros.

Vieira revela que dados preliminares dos projetos já elaborados apontam uma redução da vazão de 2,5 litros por hectare para 0,6 a 1,0 litro por hectare, a depender da cultura. O investimento da Codevasf para a implantação dos projetos que mudarão o sistema de irrigação dos perímetros da região é de cerca de R$ 1,6 milhão – recursos do PAC, por meio do programa Mais Irrigação, coordenado pelo Ministério da Integração e executado pela Codevasf em sua área de atuação.

Segundo os engenheiros agrônomos Frederico Calazans e Rodrigo Vieira, a novidade foi simplesmente a metodologia criada, que abrange estudos agronômicos, de engenharia de irrigação, balanço de energia elétrica e análise econômica.

“No Mandacaru, após a conversão, áreas antes impróprias devido à salinização voltaram a ser produtivas”, diz Rodrigo Vieira. A analista de desenvolvimento regional da Codevasf em Petrolina Maria da Penha Rodrigues, assim como Rodrigo Vieira, está designada pela Codevasf como fiscal do contrato para a elaboração dos projetos dos novos sistemas de irrigação do Bebedouro, do Maniçoba, do Curaçá e do Mandacaru II. A previsão é de que a entrega dos projetos ocorra no mês de outubro.

Reconhecimento nacional
O projeto de mudança do sistema de irrigação do perímetro Mandacaru foi um dos ganhadores do Prêmio Fundação Banco do Brasil de Tecnologia Social 2013, na categoria “Gestores Públicos”. A metodologia também concedeu à Codevasf o prêmio ECO 2009 (promoção da Amcham e do Jornal Valor Econômico), na categoria Sustentabilidade em Novos Projetos, atribuído pela primeira vez ao Nordeste; e o Selo Diamante, concedido em 2011 pela organização não-governamental Ecolmeia, de São Paulo.

Além disso, o projeto foi classificado em 4º lugar no Prêmio ANA 2012, entre 286 inscritos. A experiência de conversão do sistema de irrigação do Mandacaru também foi apresentada no Fórum de Sustentabilidade Empresarial da Rio+20, realizada no Rio de Janeiro em 2012.

A metodologia idealizada pelos técnicos da Codevasf constitui-se de pequeno reservatório escavado na terra e dentro do lote, de onde é retirada a água por meio de bomba, que pressuriza e leva o líquido por meio de pequenas mangueiras plásticas, de aproximadamente 33 mm de diâmetro e com pequenos furos, por onde a água é gotejada sobre a planta. Dependendo da cultura, a técnica utilizada é a de microaspersão, que funciona de maneira semelhante; a diferença consiste no fato de que a mangueira não possui furos, e a água é aspergida por meio de uma pequena haste cravada na terra com um microaspersor na ponta, que distribui a água por uma pequena área próxima à planta.

Entre os benefícios do sistema estão fim do desperdício de água, maior eficácia dos produtos químicos, melhor desenvolvimento da planta, economia de energia elétrica, redução dos custos de produção e melhoria da renda do produtor. Segundo estudos realizados desde 2011, quando o projeto piloto de conversão do sistema foi instalado, houve uma economia de aproximadamente 50% do total de água utilizada na irrigação em todo o perímetro Mandacaru, já que o bombeamento anual de água foi reduzido em 21%, e houve um aumento da área plantada de cerca de 23%.

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