É o que conclui a série de reportagens coordenada pelo editor Otávio Cabral, autor da polêmica biografia sobre José Dirceu:
"A história mostra que grandes espasmos populares nem sempre prenunciam mudanças políticas da mesma coloração e envergadura. O famoso Maio de 68 na França culminou com a eleição de um presidente conservador, Georges Pompidou. No mesmo fim de década, o movimento pacifista americano, "flower power" conquistou corações e mentes de milhões, mas quem se elegeu presidente foi mesmo o direitista Richard Nixon. O certo, porém, é que as ruas das grandes cidades brasileiras parecem agora vacinadas contra o proselitismo, as ideologias velhas e o populismo. Essa é a verdadeira revolução".
Na carta ao leitor, o diretor Eurípedes Alcântara celebra a chegada do "novo" e o fato de militantes da CUT terem sido "vigorosamente afastados" de uma manifestação no Rio de Janeiro. Afinal, o PT, segundo Eurípedes, por estar no poder, é um dos "alvo da indignação".
A julgar pela edição, coalhada de rostos bonitos pintados de verde e amarelo, Veja quer que a revolta continue nas ruas lutando agora pelas bandeiras que a revista tem defendido. E se o desfecho político for aquele preconizado na reportagem de Otávio Cabral, tanto melhor.
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