segunda-feira, 18 de março de 2013

Seca na BA deve causar perda bilionária para produtores

Os produtores do oeste da Bahia devem achar contraditória a estimativa de recorde de grãos prevista para a safra 2012/2013. Parte da região foi afetada por períodos longos de estiagem no fim do ano passado e nos primeiros meses de 2013. A estimativa da Associação de Agricultores e Irrigantes da Bahia (Aiba) é que a perda possa chegar a R$ 1 bilhão - essa previsão, porém, pode mudar até fim da safra atual, dependendo das condições climáticas.

Com a perda bilionária prevista, o valor bruto dos produtos do oeste da Bahia deve somar R$ 6 bilhões, acima dos R$ 5,6 bilhões da safra passada. Houve, porém, aumento da área plantada, e a expectativa inicial era de R$ 7 bilhões. A região também foi afetada pela lagarta helicoverpa, praga que, além das lavouras de milho, atingiu a soja. O oeste da Bahia tem quase 1,3 milhão de hectares plantados de soja, 255 mil de algodão e 237 mil de milho.

A produção recorde de grãos no Brasil deve ser sustentada pelo bom desempenho dos Estados de Goiás, Mato Grosso, Mato Grosso do Sul e Paraná. "Todos são afetados quando existem problemas climáticos, uns mais outros menos, depende da estratégia. O uso de tecnologias, preparo de solo e uma fertilização melhor, por exemplo, ajudam a mitigar essa questão climática. Mas todos são afetados em maior ou menor grau", diz Walter Horita, um dos maiores produtores do oeste da Bahia. Este ano, ele deve chegar a 92 mil hectares de área plantada e prevê faturamento de cerca de R$ 400 milhões - em 2010, ele plantava em 40 mil hectares.

Exemplo de alta. O crescimento de produção do empresário pode ser considerado um exemplo fiel do ganho de importância do oeste da Bahia para o agronegócio brasileiro. Horita deixou o Paraná, em 1984. "Viemos com a ideia de ampliar a área de plantio de soja." Nos primeiros anos de cultivo, foram 13 sacas por hectare. Hoje, em algumas lavouras, já se conseguiu entre 70 e 75 sacas por hectare.
"No passado, quando nós chegamos, não havia uma tecnologia disseminada", lembra. "Houve uma evolução tecnológica muito grande e todo o tipo de dificuldade, como falta de tecnologia, infraestrutura e comunicação foi vencida", afirma o produtor.

Na avaliação dele, o oeste da Bahia é uma região consolidada, com um dos maiores índices de produtividade. "Qualquer local está sujeito a problemas climáticos. Em normalidade de clima, o oeste da Bahia é uma das regiões com maior potencial de produtividade do Brasil." Não é à toa que o empresário concentra toda a produção na região. É assim que prefere. "Gosto de estar por perto e ter um acompanhamento próximo da produção." Atualmente, a matriz de produção dele está na soja, no milho e no algodão. / L.G.G.

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