“Procuramos investir mais recursos e conhecimentos pedagógicos de base científica para melhorar o ensino e, consequentemente, a aprendizagem dos estudantes. Colocamos a escola como ponto de convergência de todas as políticas públicas educacionais”, afirmou o secretário Osvaldo Barreto, destacando também a parceria com as 329 prefeituras que aderiram ao Pacto com Municípios pela Alfabetização, para assegurar que todas as crianças sejam alfabetizadas até os oito anos.
Implantado em 2011, o Pacto com Municípios pela Alfabetização atende hoje mais de 288 mil estudantes em 11.770 escolas públicas de 329 municípios baianos. “Ele quebrou o isolamento das redes de educação e está permitindo construir um sistema de educação no estado. O resultado é motivo de orgulho para todos nós”, disse o secretário.
Satisfação
Atuando há 13 anos com alfabetização, a educadora Carla Vieira Miranda, do município de Porto Seguro, professora alfabetizadora do pacto, não esconde a satisfação de participar da experiência. “Nunca vi um projeto de alfabetização tão eficiente como este. Tínhamos um índice de analfabetismo muito grande e, depois do pacto, os gráficos comprovam que de 400 alunos pré-silábicos, só temos 80 atualmente”. Ela informou que o pacto veio para organizar a rotina didática que engloba o desenvolvimento da oralidade e da escrita.
Fortalecimento de português e matemática
Para aprimorar o desempenho dos estudantes em português e matemática, a SEC ampliou o projeto Gestão da Aprendizagem Escolar para todas as escolas da segunda fase do ensino fundamental (do 6º ao 9º ano). Atualmente, mais de 284 mil estudantes são beneficiados em 276 municípios. A abordagem pedagógica do Gestar, além de oferecer formação de professores, foca no ensino dessas disciplinas consideradas a base para o sucesso escolar em todas as áreas do conhecimento. Professores e estudantes do ensino fundamental recebem todo o material didático.
O professor de matemática de Valença, Edilton Arandiba, ressaltou a importância do projeto como alicerce para a construção de uma educação de qualidade. “A atuação do Gestar nas escolas pode ressignificar os métodos existentes nas unidades atuais e criar um novo modelo no ensino”. Já os estudantes do ensino médio contam com o Ensino Médio em Ação, que visa fortalecer o ensino e a aprendizagem dos conteúdos, especialmente em português e matemática. O material pedagógico e a monitoria do projeto têm
o apoio das quatro universidades estaduais (Uneb, Uesc, Uefs e Uesb) e da Universidade Federal do Recôncavo da Bahia (UFRB).
O Ensino Médio em Ação tem como base três vertentes: formação de professores, suporte pedagógico aos estudantes e produção e distribuição de material didático. O objetivo final é a melhoria da aprendizagem dos estudantes, garantindo o melhor preparo dos jovens para compreender a relação entre sociedade, ciência etecnologia.
Ciência, arte ecultura nas escolas
O ano de 2012 também foi marcado pelo fortalecimento de projetos de ciência, arte e cultura nas escolas. A culminância aconteceu no 1º EncontroEstudantil de Ciência, Arte e Cultura, realizado em novembro. As produções desenvolvidas pelos estudantes foram apresentadas em mostras, feiras, sessões fílmicas e em festival de canção. Entre os destaques, estiveram Festival Anual da Canção Estudantil (Face), Artes Visuais Estudantis (AVE), Tempos de Arte Literária (TAL) e Feira de Ciências da Bahia.
A coordenadora de projetos especiais da SEC, Nide Nobre, destacou a celebração estudantil em clima de interação de professores, alunos e familiares. “O 1º Encontro Estudantil de Ciência, Arte e Cultura foi um momento de troca de experiências criativas dos alunos, que vieram ao Centro Histórico de Salvador dividir sonhos, desejos e imaginações por meio de diversas expressões artísticas”.
A estudante Caroline Marques Gonçalves, do Colégio Estadual Nossa Senhora da Conceição, em Miguel Calmon, uma das premiadas, explicou que teve a oportunidade de mostrar ao público sua composição Chuva da Gente.“Não esperava que fosse escolhida, porque o nível das canções estava muito alto e a concorrência é grande demais no Face”. Já na Feira de Ciências da Bahia e na Feira de Matemática (esta em parceria com a Uneb), foi possível compartilhar conhecimentos científicos produzidos por estudantes e professores das redes municipal, estadual e federal e contemplar suas pesquisas e experimentos de grande relevância social.
A Feira de Ciências da Bahia é uma das ações do projeto Ciência na Escola, que promove a educação científica dos estudantes. “A dinâmica de formação científica e tecnológica promovida pelo Ciência na Escola corrobora diretamente com a formação do aluno para o exercício da cidadania”, disse Shirley Costa, coordenadora do projeto.
Edição de livros
A iniciativa inclui a formação de professores e a edição de livros e materiais didáticos georreferenciados na realidade baiana, como o recém-lançado livro Bahia, Brasil – Espaço, Ambiente e Cultura, que em 2012 foi distribuído para 123.733 estudantes do ensino fundamental em 500 escolas, com a participação de 921 professores de ciências e 921 de geografia. Em 2013, o material didático atenderá a todos os alunos do ensino fundamental, visando incentivá-los a estudar o espaço onde vivem, apreendendo conhecimentos das diversas áreas, como biologia, geografia, química, física e história.
EMITec é destaque nacional
Em 2012, a Bahia também se destacou na ampliação da oferta de educação para as localidades mais distantes da zona rural. O projeto Ensino Médio com Intermediação Tecnológica (EMITec) conquistou o 3º lugar na categoria Inovação do Prêmio de Excelência Abed Pearson em EaD. A iniciativa teve caráter inovador, com a oferta de educação básica para localidades remotas, utilizando sistemas diferenciados de avaliação para os estudantes, com atividades extraclasses baseadas no cotidiano de cada comunidade. Pioneiro no Nordeste, o EMITec atende hoje a 14.649 estudantes. As aulas acontecem em salas espalhadas em 375 localidades da zona rural do estado. As aulas são ao vivo, transmitidas via satélite em tempo real, com mediadores em cada sala.
Educação profissional se consolida como política pública
Com o aumento da oferta da educação profissional, jovens e trabalhadores baianos vêm ganhando maiores chances de uma inserção cidadã no mundo do trabalho. Em 2012, mais de 60 mil estudantes se matricularam em cursos técnicos de nível médio na Rede Estadual de Educação Profissional, que se consolida como uma política pública. Foram criados novos centros de educação profissional. Agora, são 64, sendo 34 estaduais (Ceep) e 30 territoriais (Cetep). A oferta contempla 119 municípios em todos os 27 territórios de identidade. São 75 cursos técnicos de nível médio ofertados em alinhamento com as demandas geradas pelo desenvolvimento socioeconômico e ambiental da Bahia.
Os beneficiários têm a chance de atuar nas cadeias e arranjos socioprodutivos, podendo permanecer nos seus locais de origem. Também estão aptos a atender demandas geradas por empreendimentos como o Porto Sul, Ferrovia Oeste Leste, Copa do Mundo 2014. “Sou uma privilegiada em fazer um curso como este, de poder passar para pessoas do meu ciclo de convivência, que moram e trabalham na zona rural,os conhecimentos adquiridos aqui”, disse Daiane Oliveira, estudante do curso técnico em agropecuária do Ceep do Campo Paulo Freire, em Santaluz.
Pronatec
O ano ainda foi marcado pela habilitação concedida pelo Ministério da Educação (MEC) para a SEC ofertar 5.673 vagas de 55 tipos de curso, em 63 municípios, pelo Programa Nacional de Acesso ao Ensino Técnico e Emprego (Pronatec). No total, foram repassados R$ 15.894.000 em investimentos. Além da oferta direta, a Secretaria da Educação organiza a oferta de cursos do Pronatec executados pelo Senai, Senac, Ifba e IFBaiano, Senar e Senat (2013).
Mais de um milhão de pessoas alfabetizadas
O Todos pela Alfabetização (Topa) é o maior programa de alfabetização de jovens, adultos e idosos do país. Criado em 2007, continua sendo um dos principais pilares do Estado, dentro da perspectiva de que a educação é um direito e não prescreve com a idade. O Topa conta com uma importante parceria com movimentos sociais e sindicais para a alfabetização dos estudantes.
Atualmente, mais de 205 mil alfabetizandos estão em curso na quinta etapa (2011-2012) do programa. “O Topa faz um trabalho de inclusão social com um destino certo: pessoas que tiveram seus direitos negados e hoje veem melhorias em suas vidas para exercerem sua cidadania plena”, destacou o secretário da Educação. A sexta etapa do programa tem início previsto para abril de 2013.
“Perdi uma oportunidade de emprego por não saber ler e escrever. Hoje, já estou bem desenvolvida nesse sentido. O Topa está sendo muito importante pra mim. Cada vez mais, percebo que nunca é tarde pra começar”, disse Patrícia de Alcântara, 32 anos, aluna do Topa em Salvador.
Dona Regina Leitão, 62 anos, também não poupa elogios ao programa. “Minha professora é maravilhosa. Já estou bem perto de aprender a ler e a escrever. Na infância, não tive essa oportunidade, mas agora quero aproveitar de todas as formas”.
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