sábado, 17 de novembro de 2012

Aliados ironizam PDT e negam pressão


Ao contrário do PDT, que já mandou recados ao governador Jaques Wagner (PT) de que reivindicará mais espaços na suposta reforma do governo, a partir de janeiro, outros partidos aliados preferem aguardar, “sem pressão”, o momento certo de dialogarem sobre a questão.
Líderes de partidos integrantes da base estadual asseguram que, por enquanto, não faz parte dos planos cobrar mais cargos na gestão petista no Estado. Eles ironizam o critério apontado pelo presidente do PDT estadual, Alexandre Brust, de ampliação das representatividades no Estado, nas recentes eleições municipais, como forma de angariar mais secretarias e autarquias e lembram que também cresceram na disputa de 2012.
O presidente estadual do PT, Jonas Paulo, disse que não é a quantidade de prefeituras que vai definir a reforma no governo Wagner. “Mas, sim, a necessidade de construção da sucessão”, disse, pontuando que se fosse pela quantidade de votos e de conquistas no pleito, o PT sairia ganhando. “A montagem do governo estadual não se deu pelas eleições, mas pelas forças de bancada”, afirmou, lembrando das eleições estaduais de 2010.
“O PT continua sendo o primeiro mais votado, tendo 1,874 milhão de votos, na frente do DEM, que tem cerca de 800 mil, menos da metade do PT. Em terceiro veio o PP e depois o PMDB. Se fosse assim, o PT é o partido com maior número de prefeituras em disparado”, cutucou. O Partido dos Trabalhadores elegeu 93 prefeitos e 524 vereadores. Já o PDT elegeu 44 gestores e 373 parlamentares.
Com a segunda maior bancada estadual, o PSD também não colocou ainda na mesa o peso do partido para buscar mais espaços. O presidente da sigla, o vice-governador Otto Alencar, embora reconheça o tamanho da agremiação e o avanço nas urnas em outubro, ressalta que “não existe nenhuma cobrança”. “Até porque após as eleições não tivemos nenhuma reunião nesse sentido, apenas do Conselho Político, onde isso não foi discutido. Caso haja alguma coisa, será natural, algo que depende muito do governador”.
O presidente do PCdoB baiano, deputado federal Daniel Almeida, foi mais enfático ao dizer que o PCdoB “não tem nenhum pleito a fazer ao governador”. “Temos, sim, o compromisso de ajudá-lo para que o seu projeto seja cada vez mais forte na Bahia. O governador saberá no momento certo conduzir de forma adequada o seu governo. Essa coisa de espaços maiores ou menores sempre surge depois de uma eleição, porém o mais importante é todos nós termos compromisso. A política não é só um ajuntamento de siglas. Se fosse, teríamos ganhado em Salvador”, disse se referindo à última disputa em que o PT teve 14 aliados na corrida à prefeitura.
Mesmo com a conquista de prefeituras “estratégicas”, como Lauro de Freitas, Ilhéus, Jequié, Barreiras e Luis Eduardo Magalhães, o PP não deve seguir o parâmetro do crescimento nas urnas para ampliar os cargos no governo. Pelo menos é o que diz o deputado estadual, Mário Negromonte Jr., que pondera ao dizer que as eleições acabaram recentemente, não sendo esse o momento para tratar de reivindicações.
Entretanto, sinaliza que o partido está à disposição caso seja necessário.
“Temos grandes quadros, mas quem tem a caneta é o governador. O PP não quer colocar a faca em seu pescoço”, disse. Com uma base estadual ampla, o governo ainda pode ser cobrado pelos anseios do PSB da senadora Lídice da Mata, do PTB do deputado Antonio Brito, do PRB do deputado federal Márcio Marinho e do PR do ex-senador César Borges.

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