segunda-feira, 16 de junho de 2014

Cisternas implantadas pela Codevasf levam água a famílias de comunidades rurais dispersas

A produtora rural Jaciene da Silva Alves, de 33 anos, é uma das beneficiárias do programa Água para Todos na comunidade Fazenda Boa Esperança, situada no município de Várzea Nova, no estado da Bahia. Ela divide a casa com os filhos, Larissa, Ricardo e Karina, e com o companheiro, Antônio. Antes da instalação de uma cisterna do programa em sua casa pela Companhia de Desenvolvimento dos Vales do São Francisco e do Parnaíba (Codevasf), ela abastecia a família com a água de um barreiro localizado a cerca de 50 metros da residência. “Esse barreiro é um lugar por onde passam sapos, cobras e outros bichos, então a água não é boa. Até existe outra fonte de água, mas não dá para beber dela porque a água é muito salgada. Cheguei a pensar em sair daqui”, diz Jaciene, que é beneficiária do programa Bolsa Família e está grávida de seis meses. “A cisterna é muito útil para nós. Usamos a água apenas para o que é essencial”, completa. 

A poucos quilômetros dali, na comunidade Barriguda, ainda em Várzea Nova, a produtora Maria do Rosário dos Santos Brito, de 33 anos, também tem uma cisterna instalada pela Codevasf em sua casa. Ela recebe o auxílio do programa Bolsa Família e complementa a renda com a venda de pequenas quantidades de produtos como mamona e maracujá. “Meu marido também trabalha, fazendo serviços aqui e ali”, diz. “A cisterna tem ajudado, porque antes bebíamos água de um barreiro ou então tínhamos que gastar o pouco dinheiro da família para trazer água da cidade em tambores. Os carros-pipa não nos ajudavam porque a gente não tinha um reservatório para guardar a água. A água do barreiro não era boa. A gente bebia porque não tinha opção”, afirma.

Situado na região Centro-Norte do estado da Bahia, o município de Várzea Nova possui cerca de 13 mil habitantes e ocupa a posição 5.128 no ranking do Índice de Desenvolvimento Humano de Municípios (IDHM) de 2010. Devido aos efeitos da estiagem, o município foi reconhecido em 2012 e 2013 como em situação de emergência pela Secretaria Nacional de Proteção e Defesa Civil.

O abastecimento das cisternas implantadas pela Codevasf ocorre durante os períodos chuvosos: a água da chuva é aparada no telhado do local beneficiado e conduzida, por meio de um sistema de calhas e canos, para o interior do reservatório. Com a observância de cuidados básicos – que são comunicados aos beneficiados em treinamentos específicos –, a água é própria para saciar a sede e para uso no preparo de alimentos. Cada reservatório pode acumular até 16 mil litros de água, quantidade suficiente para suprir as necessidades básicas de uma família de cinco pessoas por períodos de estiagem de até seis meses. Nas localidades em que a estiagem tem sido mais severa, as cisternas estão permitindo que as famílias guardem com segurança a água provida por caminhões-pipa.

“O Água para Todos busca estabelecer uma estrutura de segurança hídrica para as populações de áreas rurais. Com as cisternas, a água da chuva é captada e protegida para o consumo das famílias. Desde o início da execução do programa, a Codevasf instalou aproximadamente 122 mil cisternas nos estados de Alagoas, Bahia, Minas Gerais, Sergipe, Pernambuco, Piauí, Maranhão e Ceará”, explica o coordenador-geral do programa na Codevasf, Elton Silva Cruz.

Água para Todos
O Água para Todos é coordenado pelo Ministério da Integração Nacional, órgão ao qual a Codevasf é vinculada. Um dos objetivos do programa é promover a instalação de 750 mil cisternas de abastecimento humano até o fim de 2014 – desse montante, a Companhia deverá instalar cerca de 200 mil unidades. Os reservatórios implantados pela Codevasf são de polietileno e têm entre suas principais características a resistência, a facilidade de instalação e a vedação do armazenamento. A vida útil do equipamento é estimada em 30 anos.

A indicação dos beneficiários do Água para Todos é responsabilidade de Comitês Gestores Municipais, compostos por representantes da sociedade civil, sindicatos de representação rural, associações rurais, igrejas e poder público municipal. Os Comitês devem observar em suas indicações as diretrizes do programa: os beneficiários devem ser famílias residentes em áreas rurais, em situação de extrema pobreza ou pobreza, com carência de acesso a água, renda per capita de até R$ 140,00 e inscrição no Cadastro Único de Programas Sociais (CadÚnico) do governo federal. Aposentados, escolas e postos de saúde também estão entre os beneficiários.

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