quarta-feira, 21 de maio de 2014

ESPECIALISTAS ALERTAM SOBRE DESRESPEITO ÀS LEIS E DOENÇAS PROVOCADAS POR AGROTÓXICOS EM AUDIÊNCIA PÚBLICA

O Brasil é um dos maiores produtores de alimentos, mas é também o maior consumidor mundial de agrotóxicos. Em 2012 usou 1,05 bilhões de litros desses produtos nas lavouras.

Dissolvidos em água para pulverização, atingem 100 bilhões de litros de calda tóxica. Só em Mato Grosso, dos 141 municípios, 54 possuem grandes monoculturas de soja e algodão, por exemplo. Esses municípios produzem 70 % dos produtos agrícolas do país e consomem percentual igual dos agrotóxicos e fertilizantes químicos usados em suas lavouras e pastagens. De acordo com o médico e professor da Universidade Federal de Mato Grosso, Wanderlei Pignati existe, não só em Mato Grosso, mas em todo país, um total desrespeito às leis que normatizam o uso de agrotóxicos. 

“Hoje, são feitas pulverizações a menos de dez metros de fontes de água potável, de córregos , da criação de animais e de residências. No Mato Grosso, não se cumpre decretos que proíbem a pulverização por trator a 90 metros destes locais e a instrução normativa do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa) que proíbe pulverização aérea a 500 metros dos mesmo locais. Ninguém respeita e isso no Brasil todo”, alerta Pignati.

O especialista foi um dos participantes da audiência pública promovida pela Comissão de Seguridade Social e Família da Câmara (CSSF), nesta terça-feira (20). Para discutir os procedimentos adotados pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) para o registro de agrotóxicos. A CSSF é presidida pelo deputado Amauri Teixeira (PT-BA), que foi um dos solicitantes do debate, junto com a deputada Rosane Ferreira (PV-PR) e Rogério Carvalho (PT-SE).

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