quarta-feira, 23 de abril de 2014

DOENÇA OCULAR RARA É DIAGNOSTICADA NO HOSPITAL UNIVERSITÁRIO DE PETROLINA

Pela primeira vez um caso raríssimo de doença ocular, conhecida como Síndrome de Tolosa-Hunt, ou oftalmoplegia dolorosa, foi diagnosticada pela equipe de Clinica Médica, em conjunto com a neurologia, radiologia e cirurgia vascular do Hospital de Ensino da Universidade Federal do Vale do São Francisco – Dr. Washington Antônio de Barros, e graças a rapidez do diagnostico, a paciente não teve perda irreversível da visão. Trata-se de uma senhora de 45 anos, moradora do Assentamento Água Viva e que deu entrada na urgência do pronto socorro no dia 21 de março deste ano, com histórico de seis meses de dor intensa, no fundo e em volta do olho, provocando também turvação visual, paralisia do globo ocular, dormência na face e regiões da cabeça e fechamento da pálpebra direita. 

“Gastei o que não tinha para descobrir qual era a minha doença, graças a Deus e aos médicos do Hospital, fui diagnosticada e hoje já recuperei a visão do olho esquerdo, não sinto mais dores e já consigo abrir também o olho direito”, comemora a paciente, Rejane Alves, que já recebeu alta da Unidade. De acordo com o médico residente da Clínica Médica, Dr. Leandro Siqueira, com a internação, a equipe médica de vários especialistas pode avaliar melhor clinicamente a paciente e realizar o diagnostico. “Os sintomas poderiam ser confundidos com varias outras doenças, por isso um estudo minucioso, e a experiência dos profissionais foi fundamental para o diagnóstico e definição da terapêutica especifica para a recuperação da paciente”, explica. O caso foi conduzido pela Dra. Rita Duarte, preceptora da clínica médica do HUP; Dr Leandro Siqueira e pelo estudante de medicina da Univasf, Leonardo Studart.

Depois de uma semana internada na Clínica Médica, do Hospital Universitário, Rejane Alves passou por um tratamento direcionado para a sua atual condição clinica. O estudante de medicina, da equipe de Clínica Médica, do Hospital, Leonardo Studart, explicou que pela raridade e complexidade da Síndrome de Tolosa-Hunt, o caso se tornou objeto de estudo de caso clínico. Para ele, o diagnostico representa um avanço no trabalho dos clínicos do Hospital de Ensino “Isso significa que estamos no caminho certo em busca de respostas rápidas para salvar vidas e no caminho para que a Unidade continue sendo referencia não só em diagnostico, mas, também em terapias eficazes”, concluiu.

“Desde o diagnostico até a terapia de tratamento provam que o Hospital Universitário conta com especialistas de altíssima qualidade profissional”, disse o presidente do ISGH, Instituto que gerencia a Unidade, Carlos Alberto Espírito Santo. Antes do diagnóstico da síndrome de Tolosa-Hunt feito pelo Hospital Universitário, nenhum outro caso da mesma doença foi diagnosticado na região. Dados estatísticos sobre diagnósticos realizados no mundo inteiro revelam que a incidência da doença é de 1 caso para cada 1 milhão de pessoas por ano. 

A Síndrome de Tolosa-Hunt atinge igualmente homens e mulheres, sendo mais comum entre a 4° e 6° década de vida. Pode desaparecer espontaneamente em até 60% dos casos, porém pode ter um curso mais agressivo e levar a paciente a cegueira e dor intensa se não diagnosticada e tratada precocemente. O tratamento de Rejane Alves é realizado com corticosteróides, para reduzir a inflamação na região afetada e o desaparecimento dos sintomas. A expectativa é que o olho direito também recupere completamente a motricidade e que ela também tenha algum retorno da visão desse olho.

Lidiane Cavalcante Ascom HU/ISGH

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