segunda-feira, 6 de janeiro de 2014

PETROLINA PE: CÂMARA PROMOVEU AUDIÊNCIA PÚBLICA PARA DEBATER O ANTIGO PROBLEMA DO MATADOUR

Depois da polêmica decisão do prefeito de Petrolina, Júlio Lóssio (Pmdb) que decretou a suspensão do abate de bovinos no matadouro municipal, e do protesto dos criadores que suspenderem deliberadamente o abate de animais de pequeno porte, os reflexos foram sentidos por toda cidade especialmente nas feiras livres e no Bodódromo. Duas manifestações dos marchantes foram realizadas nas feiras livres durante o fim de semana em protesto contra o decreto.

Por conta dessa celeuma, o líder da oposição na câmara de vereadores, Ronaldo Cancão (Psl) convocou uma audiência pública para debater o assunto. Foram convidados a promotora do direito do consumidor, Ana Cláudia Carvalho, o prefeito em exercício, Guilherme Coelho, o secretário de agricultura, Otávio Carvalho e os representantes dos criadores, marchantes e comerciantes afetados pelo decreto.

A plateia estava lotada, especialmente pelos envolvidos com o comércio de carne, mas a audiência foi esvaziada pelas ausências de representantes do executivo e de todos os vereadores da situação, além dos dois vereadores do PT, Geraldo da Acerola e Cristina Costa. Representaram a câmara apenas os vereadores oposicionistas, incluindo o vereador Elias Jardim (PP).

Os marchantes foram os primeiros a ter voz na audiência onde rebateram a afirmação do prefeito Júlio Lóssio de que a suspensão do abate de bovinos teria um impacto insignificante para o setor.

Gilberto de Castro, marchante com mais de 50 anos de profissão, reclama da falta de dialogo. Ele ainda alegou que a suspensão do abate tem como objetivo a venda do matadouro municipal. “eu estou sabendo que o prefeito quer é vender o matadouro, nós não somos contra, mas primeiro ele tem que construir outro pra nós”, declarou.

A afirmação sobre a suposta venda do matadouro é compartilhada pelo líder da oposição que presidiu a audiência publica na manha desta segunda-feira (06). Ronaldo Cancão se apoia nos números para desqualificar qualquer outro objetivo alegado pelo prefeito. “ eu queria entender como o prefeito abre mão da maior receita do matadouro que vem do abate de bovinos e mantém o abate dos pequenos animais que fatura muito pouco? Nçao faz sentido um negócio desse”, disparou.

O problema segundo Cancão é que se os marchantes tiverem que abater os animais em Juazeiro o preço da carne de boi vai subir por causa da bi-tributação cobrada da entrada e saída dos animais em território baiano e pela taxa de abate 30 reais mais cara cobrada pelo frigorifico Abatal. O marchante, Cristiano Nascimento, já fez inclusive as contas, e afirma que se os animais forem abatidos em Juazeiro, como propõe o prefeito, a carne deve ficar pelo menos 30% mais cara para o consumidor.

Além do provável aumento de preço carne, os comerciantes do Bodódromo já começaram a sentir a perda de clientes pela escassez de carne de caprinos e ovinos em função do protesto dos marchantes. O garçom Jairo Lucena, presente na audiência revelou os problemas já enfrentados pelos donos de restaurantes. “ o cliente chega ao Bodódromo é ora comer carne de carneiro, se não tem ele vai embora. A nossa sorte pe que nós temos outros produtos, mitos restaurantes não fecharam por causa disso , mas mesmo assim esse fim de semana foi muito ruim”, lamentou.

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