quarta-feira, 13 de novembro de 2013

SP: Saiba como é o dia a dia de um estudante de Medicina da USP. Curso é o mais concorrido da Fuvest

No dia 4 de novembro foi divulgada a relação de candidatos por vagas para o vestibular da Fuvest, processo seletivo que inclui a Universidade de São Paulo (USP) e outras instituições. O curso de Medicina ocupa as duas primeiras colocações entre os mais concorridos. O primeiro lugar é de Ribeirão Preto, com 62,91 candidatos por vaga. O segundo, de São Paulo, com 58,57.

O sonho de todos é entrar pela porta da frente da faculdade carregando atlas de anatomia, jaleco e o plano de ser médico. Mas você sabe como é a rotina de um estudante de Medicina? Vitor Gomes Leal, de 25 anos, superou a concorrência no vestibular de 2013 e conta alguns detalhes do cotidiano do curso da USP em São Paulo. 

O dia de Vitor começa cedo. Morador de São Miguel Paulista, distrito da zona leste de São Paulo, o estudante enfrenta uma verdadeira viagem pelos transportes públicos para chegar ao campus em Pinheiros, região oeste. Para não desperdiçar tempo, a tática é dar uma lida no material enquanto se move. “No metro é um lugar que eu consigo estudar bem”, conta Vitor. Como o trajeto dura em média uma hora e meia, é um bom tempo para conferir o material. O curso de Medicina da USP é integral, ou seja, os alunos costumam ter aulas nos dois períodos. “Eu tinha a expectativa de diminuir um pouco o ritmo de estudos. Mas, se você quer manter um bom nível de notas, não dá”, alerta Vitor. O aluno passa grande parte do dia dentro da sala de aula.

Entre uma aula e outra, o ideal é aproveitar o tempo para se alimentar. Como o preço é baixo para estudantes, Vitor opta pelos bandeijões e restaurantes do próprio campus. É uma maneira de comer e não ficar muito longe da próxima aula. Típicas do curso de Medicina, as aulas práticas também fazem parte da rotina do primeiro ano. Os alunos precisam vestir o jaleco para participar das atividades nos laboratórios, que normalmente envolvem o contato com o corpo humano.

“A primeira aula foi mais impactante”, conta Vitor. “Eu já tinha visto um cadáver de estudo, mas a gente tem que dissecar.” Ter estômago forte faz parte das habilidades dos estudantes. Nesse semestre, Vitor tem duas janelas no horário de aulas. O que fazer nesse tempo livre depende do andamento do curso. Em época de provas, o ideal é aproveitar para estudar. “O problema é que tem muitas provas, geralmente a cada duas semanas”, conta o estudante. “Semana passada, por exemplo, eu não tive aula de manhã, fiquei estudando das 9h às 12h30. Depois almocei, assisti a uma aula até as 16h30, fui para a biblioteca e fiquei até as 20h30.”

Mas não pense que o curso de Medicina é só estudo e prova. Fora da época de avaliação, a faculdade é um bom lugar para colocar a conversa em dia e planejar o fim de semana. Além disso, o campus também é o palco de grandes festas universitárias, que atraem estudantes de diferentes cursos e universidades. Os cursos de Medicina em instituições particulares costumam ter mensalidades bem caras. Por isso, as universidades públicas são tão concorridas. Mesmo assim, frequentar a aula pode sair bem caro para o aluno. “Comprei um atlas de anatomia e paguei mais de R$ 300”, conta Vitor. Para ele, ter o livro em casa ajuda na hora do estudo, mas essa não é a única opção. “Se você não quiser, a biblioteca consegue suprir tranquilamente a necessidade de material”, completa.

Como em outros cursos, os alunos de Medicina também podem participar de diferentes atividades, como centro acadêmico e a atlética. Mas algumas opções são exclusivas para os futuros médicos. Na USP, por exemplo, existe a Extensão Médica Acadêmica. “Os veteranos te ensinam a fazer exames físicos, o que perguntar e que dados são importantes”. Logo no primeiro ano, já é possível participar dessa atividade e entender um pouco mais o cotidiano da profissão. 

Ser aprovado no vestibular é apenas o primeiro degrau da profissão. A dica de Vitor é manter o foco e não desistir. “Para passar, precisa ter perseverança. Se isso é o seu sonho, vai atrás para conseguir”, conta Vitor, que precisou fazer quatro anos de cursinho para conseguir a aprovação. “A Medicina é bem diversificada. Qualquer pessoa se encaixa em pelo menos uma área.” O segredo é mergulhar nos estudos e encarar esse desafio.

MSN

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