domingo, 10 de novembro de 2013

CRESCE NÚMERO DE TRANSPLANTES NA BAHIA

Nos últimos cinco anos, o programa de transplantes da Bahia tem evoluído consideravelmente com aumento do número de doação e de transplantes superior que chega a 200%. De acordo com o coordenador da Coset - Coordenação da Central Estadual de Transplantes -, Eraldo Moura, o aumento se dá graças aos investimentos feitos pelos governos estadual e federal e ao maior envolvimento dos profissionais de saúde.

Somente nos últimos dois anos, cerca de 1.400 pessoas foram diretamente beneficiadas com o transplante na Bahia, além das suas famílias que também têm um benefício indireto com a qualidade de vida do familiar transplantado. Dentro dessa estatística, o coordenador da Coset, Eraldo Moura, lembra que 410 doações foram entre múltiplos órgãos e córneas. 

Dados do Ministério da saúde comprovam essa disposição que os brasileiros têm tido em doar órgãos. A negativa para doação caiu de 80%, em 2003, para 45%, em 2012 e nos últimos dez anos, o número de doadores dobrou, passando de 6,5 por milhão de pessoas para 13,5 por milhão de pessoas em 2013. A meta é chegar a 15 doadores por milhão até 2014. Os dados revelam também queda de 40% na quantidade de pessoas na fila de espera por transplantes nos últimos anos. Em 2008 havia 64.774 pessoas na fila, em 2013, são 38.759.

Entre os beneficiados que se encontravam na fila de espera, o motorista de 40 anos, Jorge Barbosa, recebeu a doação de um rim há 1 ano e 2 meses e garante que renasceu de novo: “Quando a gente faz o transplante é como se estivesse recebido uma nova vida. Assim como eu que nunca perdi a esperança, todos que estão na fila precisam acreditar e perseverar, jamais desistir, pois todos serão beneficiados sim, nem que pra isso precise esperar por 10 anos”, garantiu.

Órgãos
Entre os órgãos que mais salvam vidas, Moura revelou que coração, pulmão e fígado disparam na frente, já o rim e tecidos (córneas, ossos e pele) melhoram a qualidade de vida, podendo em situações específicas, também, salvar vidas. E foi pensando em salvar vidas que Maria José, mãe do jovem André de 19 anos, morto há seis meses, decidiu doar os órgãos do filho. Segundo ela, seis vidas foram salvas, o que a conforta pela morte do filho:

“Coração, córnea, fígado, rim e muitos outros órgãos do meu filho devolveram a vida de seis pessoas desesperadas por viver. A doação que fiz me deu a garantia de que um pedacinho do meu filho está vivo em cada um desses transplantados. A sociedade precisa sentir um pouco desse ato de generosidade que pratiquei e perceber que ao invés de enterrar vidas deve-se salvar vidas com a doação de órgãos”, contou.

Para aqueles que têm o mesmo desejo da mãe do André, Moura lembra que, antes mesmo da morte, é necessário avisar a família sobre a vontade de ser um doador: “Precisamos dialogar mais sobre o tema para que mais vidas possam ser salvas. Temos feito passeatas e outros movimentos de rua com objetivo de estimular a população a dialogar sobre a temática doação de órgãos e tecidos. Atualmente não é necessário registrar em nenhum documento a vontade de ser doador, basta ter vontade e informar a família para que no momento da morte esta autorize a doação”, explicou.

O coordenador da Coset explicou ainda que o programa de transplante atende a todos os hospitais do Estado, porém são mantidos grupos de apoio à doação no HGE (Hospital Geral do Estado), Roberto Santos, Ernesto Simões, Feira de Santana, Vitória da Conquista, Itabuna e Ilhéus e Teixeira de Freitas: “Estes grupos têm profissionais na sua maioria médicos e enfermeiros para buscar potenciais doadores, entrevistar as famílias e acompanhar todo o processo, tudo com a supervisão e o gerenciamento da Central de Transplantes e da Coordenação Estadual de Transplantes”.

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