A correspondência ontem chegou aos destinatários em volume maior. É que, faltando quatro dias para completar um mês de greve, terminou na terça-feira a paralisação dos trabalhadores dos Correios. A Seção Especializada em Dissídios Coletivos do Tribunal Superior do Trabalho (TST) determinou que os grevistas retomassem os trabalhos ainda ontem. A Justiça determinou 8% de reajuste sobre o salário e 6,27% nos benefícios, conforme proposta da estatal já aceita pelos servidores de alguns estados, como São Paulo e Rio de Janeiro. Na Bahia o movimento paredista seguiu consolidado e conforme índice divulgado de adesão em todo o país o Estado aparece em segundo lugar.
O tribunal decidiu que a greve não foi abusiva, mas mandou que os empregados compensassem os dias parados por duas horas diárias em até seis meses. O TST analisou o caso num processo de dissídio porque não houve acordo entre trabalhadores e a empresa. Ficou definido que os trabalhadores receberão reajuste de 8% conforme acordo firmado com a Empresa Brasileira de Correios e Telégrafos (ECT).
O aumento será retroativo a agosto. Os empregados queriam que o reajuste se estendesse para o vale-alimentação, mas ficou definido que será seguida a proposta da empresa, de 8% para os salários e 6,27% para o vale. A Justiça também decidiu manter na íntegra a Cláusula 11 do acórdão vigente, que assegura a manutenção do plano de saúde da categoria.
Parte dos sindicatos já havia aceitado a proposta de reajuste salarial de 8% oferecido pela empresa. Outros, porém, reivindicam 15% de aumento real, mais reposição da inflação entre agosto de 2012 e julho deste ano, reposição das perdas salariais desde o Plano Real, entrega de correspondências pela manhã em todo o país, entre outros pedidos.
Segundo os Correios, 92% dos trabalhadores da empresa estão trabalhando normalmente. Conforme a Federação Nacional dos Trabalhadores em Empresas de Correios, Telégrafos e Similares (Fentect), 60% a 70% dos trabalhadores da área operacional estão parados. A ECT tem mais de 120 mil empregados no país.
“Lutamos com muita garra para mostrar a empresa que temos dignidade e é preciso nos respeitar, porque não basta negociar com São Paulo ou Rio de Janeiro e o resto do país ter que simplesmente aceitar. Trabalhamos igualmente nesta empresa”, avaliou a presidente do sindicato, Simone Soares Lopes, destacando ainda que o movimento recuperou a auto-estima e a dignidade do trabalhador.
Amanda Sant'Ana
Tribuna da Bahia
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