O jornal O Globo publicou neste sábado em seu site um texto no qual admite que errou ao apoiar o Golpe de 1964, que deu início à ditadura militar no País. Pressionado pelos protestos de junho, o jornal decidiu divulgar o documento, que tornou públicas discussões internas das Organizações Globo sobre o episódio. “Não há por que não reconhecer, hoje, explicitamente, que o apoio (ao golpe) foi um erro, assim como equivocadas foram outras decisões editoriais do período que decorreram desse desacerto original”, diz o texto, que pode ser lido na íntegra no site Memória, que reúne a história de O Globo.
Durante os protestos que eclodiram em junho, a Rede Globo e veículos afiliados foram alvo dos manifestantes em diversas cidades. Eles acusavam a empresa de ter apoiado editorialmente a ditadura militar. Atos contra prédios da emissora foram registrados em todo o País. Ao divulgar o texto hoje, O Globo afirma que “governos e instituições têm, de alguma forma, que responder ao clamor das ruas”.
“A lembrança é sempre um incômodo para o jornal, mas não há como refutá-la. É História. O Globo, de fato, à época, concordou com a intervenção dos militares, ao lado de outros grandes jornais, como O Estado de S.Paulo, Folha de S.Paulo, Jornal do Brasil e o Correio da Manhã, para citar apenas alguns”, diz o texto.
O documento faz um resgate da situação política antes do golpe e relembra que, no dia 31 de março de 1964, teve sua sede invadida por fuzileiros navais comandados pelo Almirante Cândido Aragão, do “dispositivo militar” de João Goulart, como se dizia na época.
“Naquele contexto, o golpe, chamado de ‘Revolução’, termo adotado pelo O Globo durante muito tempo, era visto pelo jornal como a única alternativa para manter no Brasil uma democracia. Os militares prometiam uma intervenção passageira, cirúrgica. Na justificativa das Forças Armadas para a sua intervenção, ultrapassado o perigo de um golpe à esquerda, o poder voltaria aos civis. Tanto que, como prometido, foram mantidas, num primeiro momento, as eleições presidenciais de 1966”, explica o texto do jornal.
O jornal também afirma que Roberto Marinho, na época presidente das Organizações Globo, “sempre esteve ao lado da legalidade”. “Cobrou de Getúlio uma constituinte que institucionalizasse a Revolução de 30, foi contra o Estado Novo, apoiou com vigor a Constituição de 1946 e defendeu a posse de Juscelino Kubistchek em 1955, quando esta fora questionada por setores civis e militares. Durante a ditadura de 1964, sempre se posicionou com firmeza contra a perseguição a jornalistas de esquerda: como é notório, fez questão de abrigar muitos deles na redação do Globo.”
O texto de O Globo termina afirmando que a História “é o mais poderoso instrumento de que o homem dispõe para seguir com segurança rumo ao futuro: aprende-se com os erros cometidos e se enriquece ao reconhecê-los”. “O Globo não tem dúvidas de que o apoio a 1964 pareceu aos que dirigiam o jornal e viveram aquele momento a atitude certa, visando ao bem do país”, afirma o jornal.
Durante os protestos que eclodiram em junho, a Rede Globo e veículos afiliados foram alvo dos manifestantes em diversas cidades. Eles acusavam a empresa de ter apoiado editorialmente a ditadura militar. Atos contra prédios da emissora foram registrados em todo o País. Ao divulgar o texto hoje, O Globo afirma que “governos e instituições têm, de alguma forma, que responder ao clamor das ruas”.
“A lembrança é sempre um incômodo para o jornal, mas não há como refutá-la. É História. O Globo, de fato, à época, concordou com a intervenção dos militares, ao lado de outros grandes jornais, como O Estado de S.Paulo, Folha de S.Paulo, Jornal do Brasil e o Correio da Manhã, para citar apenas alguns”, diz o texto.
O documento faz um resgate da situação política antes do golpe e relembra que, no dia 31 de março de 1964, teve sua sede invadida por fuzileiros navais comandados pelo Almirante Cândido Aragão, do “dispositivo militar” de João Goulart, como se dizia na época.
“Naquele contexto, o golpe, chamado de ‘Revolução’, termo adotado pelo O Globo durante muito tempo, era visto pelo jornal como a única alternativa para manter no Brasil uma democracia. Os militares prometiam uma intervenção passageira, cirúrgica. Na justificativa das Forças Armadas para a sua intervenção, ultrapassado o perigo de um golpe à esquerda, o poder voltaria aos civis. Tanto que, como prometido, foram mantidas, num primeiro momento, as eleições presidenciais de 1966”, explica o texto do jornal.
O jornal também afirma que Roberto Marinho, na época presidente das Organizações Globo, “sempre esteve ao lado da legalidade”. “Cobrou de Getúlio uma constituinte que institucionalizasse a Revolução de 30, foi contra o Estado Novo, apoiou com vigor a Constituição de 1946 e defendeu a posse de Juscelino Kubistchek em 1955, quando esta fora questionada por setores civis e militares. Durante a ditadura de 1964, sempre se posicionou com firmeza contra a perseguição a jornalistas de esquerda: como é notório, fez questão de abrigar muitos deles na redação do Globo.”
O texto de O Globo termina afirmando que a História “é o mais poderoso instrumento de que o homem dispõe para seguir com segurança rumo ao futuro: aprende-se com os erros cometidos e se enriquece ao reconhecê-los”. “O Globo não tem dúvidas de que o apoio a 1964 pareceu aos que dirigiam o jornal e viveram aquele momento a atitude certa, visando ao bem do país”, afirma o jornal.
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