sábado, 21 de setembro de 2013

"Elysium" marca estreia do ator Wagner Moura em uma produção de Hollywood

O filme Elysium chega aos cinemas de todo o Brasil nesta sexta-feira. A ficção científica estrelada por Matt Damon, Jodie Foster, Sharlto Copley, Alice Braga, Diego Luna e William Fichtner marca a estreia do ator baiano Wagner Moura numa superprodução hollywoodiana. “Não sei se é uma responsabilidade, mas acho que as pessoas que gostam de mim e do meu trabalho esperam que eu me posicione de forma digna no mundo do cinema internacional”, admite Moura.

Escrito e dirigido por Neill Blomkamp a trama se passa no ano de 2154, quando a humanidade está dividida em duas classes: os muito ricos, que vivem numa paradisíaca estação espacial construída pelo homem chamada Elysium, e o resto, pessoas que vivem num planeta superpovoado e arruinado. 

A população da Terra está desesperada para fugir da criminalidade e da pobreza nas quais o mundo se afundou e o único homem capaz de estabelecer um equilíbrio entre esses dois mundos é Max (Matt Damon), um homem comum desesperado para chegar a Elysium. Com a própria vida em risco, ele embarca, com relutância, numa missão perigosa – em que enfrentará a dura secretária de Defesa Delacourt (Jodie Foster), de Elysium, a e sua força de segurança linha-dura. Porém, se for bem-sucedido, ele poderia salvar não só a própria vida, mas também as vidas de milhões de pessoas na Terra.

"A ideia, até certo ponto, é absurda”, afirma Blomkamp, acrescentando que, “a ideia de se levar pedras, argamassa, concreto e piscinas – e tudo de que você precisaria para construir essas mansões numa estação espacial – é uma sátira. Ela apenas reforça a ideia central do filme – os habitantes de Elysium possuem uma riqueza inimaginável e usam esses recursos para construir um ambiente isolado, sintético, quase hermético para eles. Desse modo, Elysium é o oposto de uma história de invasão alienígena – trata de seres humanos que tentam proteger um estilo de vida e em vez de lutar pelo planeta Terra, eles decidem partir para o espaço”, conta.

Desigualdade social

Para Wagner Moura o elenco do filme não é óbvio. “O Neill poderia ter contratado qualquer ator que quisesse em L.A. Por que trazer um cara do Brasil? Mas eu creio que a temática do filme – que retrata as diferenças sociais – se presta a um elenco multinacional”, observa o baiano que interpreta Spider, um sujeito de recursos no submundo que ele descreve como uma “mescla de revolucionário com traficante de seres humanos – um coiote; é um homem que ajuda a população a entrar em Elysium ilegalmente. A questão é, por que ele não quis ir para Elysium? E a resposta é que ele não quer ser parte de Elysium – ele tem planos mais ambiciosos em mente”.

Moura conta ainda que Max e Spider trabalharam juntos anteriormente em negócios não exatamente legais, mas isso já faz muito tempo. Agora que Max está desesperado, Spider está perfeitamente disposto a explorar sua urgência. “Max era bom no que fazia, mas foi embora. Ele só disse: ‘Adeus. Estou indo levar uma vida digna’”, explica o ator, acrescentando que, “e aí, um dia, ele volta e precisa que o meu personagem o ajude a chegar até Elysium, e eu digo: ‘Ver você aqui não tem preço’. Mas eles fazem um acordo, porque Spider tem um trabalho importante que ele sempre quis fazer, mas era perigoso demais”.

O fato de Elysium falar sobre desigualdade social foi um atrativo para o ator baiano, que diz gostar de política. “Acho ‘torta na cara’ maneiro e não me incomodo em fazer um filme só divertido. Mas é um grau a mais quando a coisa funciona também como pensamento”, admite, dizendo que, ficou feliz porque fazer este personagem de um jeito arriscado. “Ele não precisava ser daquele jeito, ter o mesmo vigor, a mesma energia, falar daquele jeito, mancar. Acho que a ideia do Neil era um personagem mais cerebral, mais ardiloso.Ele ficou assustado, mas gostou”, revela.

Por Gabriele Galvão

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