sábado, 7 de setembro de 2013

BRASÍLIA: ATO TEM ATAQUE À GLOBO E 30 SÃO DETIDOS


O Departamento de Polícia Especializada (DPE) de Brasília tem, neste momento, 39 pessoas detidas por desordem, desacato ou depredação do patrimônio. Elas estão sendo ouvidas e, em seguida, devem ser liberadas. Um comboio da Polícia Civil acaba de deixar o DPE em direção à Delegacia da Criança e do Adolescente levando menores de idade que foram apreendidos com manifestantes adultos.

Parentes dos detidos e a imprensa estão proibidos de entrar no prédio da delegacia. Apenas advogados têm contato com os manifestantes. Um dos jovens que está no DPE é Jefferson Nicácio, de 19 anos, que estava no shopping Conjunto Nacional, na região central de Brasília, quando um grupo tentou invadir o local. Os pais do rapaz alegam que ele não faz parte da manifestação e foi confundido e levado para a delegacia.

Outro caso é o de Tatiana Pinheiro, de 22 anos, que estava junto com um grupo de manifestantes quando foi presa. A mãe dela, Sandra Belota, alega que a filha não estava praticando atos de vandalismo e foi presa ao correr para se proteger de confrontos com a polícia. Sandra já conversou com Tatiana e disse que tudo corre bem neste momento dentro da delegacia.

A Ordem dos Advogados do Brasil (OAB) encaminhou oito advogados para o DPE para dar assistência aos manifestantes detidos. Mais cedo, a OAB montou uma tenda na Esplanada dos Ministérios para oferecer orientação a quem participava dos protestos. O coordenador do grupo que está atendendo aos detidos, Alexandre Queiroz, disse que a entidade não será conivente com abusos de nenhuma das partes.

Um grupo de manifestantes tentou invadir neste sábado 7 uma concessionária de automóveis na Asa Norte, em Brasília. Segundo informações da assessoria de imprensa da Polícia Militar do Distrito Federal, os vidros da loja foram quebrados, mas os policiais conseguiram impedir a invasão. Os manifestantes também apedrejaram o prédio da Rede Globo, que fica próximo à região do Estádio Nacional Mané Garrincha.

A Ordem dos Advogados do Brasil (OAB) em Brasília montou uma tenda na Esplanada dos Ministérios para acompanhar as manifestações. No Departamento de Polícia Especializada (DPE), neste momento, sete advogados da OAB estão atendendo os manifestantes detidos. Neste momento, mais de 30 pessoas estão detidas, mas não há ainda informações sobre os motivos das detenções.

“O comando da PM está entendendo que o simples fato de a pessoa estar portando máscara é suficiente para trazê-la para a delegacia. Eu entendo que isso é inconstitucional. Então, estamos conversando com a polícia para que as pessoas que estejam com máscaras tenham que se identificar, mas não sejam detidas por isso”, disse o advogado Alexandre Queiroz, que está coordenando o grupo da OAB.

Queiroz informou que os advogados estão acompanhando os depoimentos dos manifestantes e, depois disso, na maior parte dos casos, eles estão sendo liberados pela polícia. No entanto, o advogado reconhece que “existe uma situação de anormalidade” e garantiu que a OAB não será conivente com abusos de nenhuma das partes. “Nós somos representantes da sociedade. Não vamos ser coniventes com abusos da polícia, nem dos manifestantes”, disse o advogado. De acordo com ele, também há representantes da ordem na Delegacia da Criança e do Adolescente, onde há notícias de que menores de idade também foram apreendidos.

Além dos detidos, a polícia apreendeu máscaras de gás, pelo menos um canivete e pedaços de madeiras que seriam utilizados em confrontos. A estimativa é que o grupo tenha entre 300 e 400 manifestantes, embora o número pareça maior porque eles estão em locais de grande circulação de pessoas como a Rodoviária de Brasília. A informação da assessoria da PM é que os líderes dos manifestantes que praticam atos de vandalismo estão sendo identificados e serão presos posteriormente.

Capital é tomada por protestos
Os brasilienses estão nas ruas hoje (7) protestando contra a corrupção e pelo fim do voto secreto. A concentração começou cedo, na praça do Museu da República, próxima à Esplanada dos Ministério. De acordo com a Polícia Militar (PM) do Distrito Federal, pelo menos 3 mil pessoas participaram dos protestos nesta manhã em frente ao Congresso Nacional.

As manifestações na capital, convocadas por diversos movimentos por meio de redes sociais, estão programadas para todo o dia. A estimativa é reunir cerca de 50 mil pessoas. Os manifestantes avaliam que o número reduzido de participantes até o momento se deve ao feriado e acreditam que o fluxo deve aumentar.

A PM está com um forte aparato de segurança para evitar que os manifestantes carreguem objetos considerados perigosos. Desde as 7h, os policiais estão revistando as pessoas que seguiam em direção à Esplanada. De acordo com o capitão da PM, Cidjan Brito, poucos objetos foram apreendidos. "A apreensão está aquém do esperado. Retivemos alguns pedaços de madeira e chaves de fenda", disse Brito.

Um dos movimentos responsáveis pela mobilização de manifestantes, o Brasil contra a Corrupção, distribui adesivos pedindo o fim da impunidade e também o voto aberto no Congresso Nacional. "Viemos aqui protestar pelo fim da cultura de corrupção no Brasil. Nosso movimento começou em 2011, quando reunimos pela primeira vez 60 pessoas com esse propósito. Acho que a gente veio aqui para exercer o nosso direito de cidadãos", disse uma das organizadoras do movimento, Cláudia Cunha.

Com a mesma intenção, um grupo chegou em frente ao Museu da República carregando uma estrutura imitando um ônibus, chamado Papuda Móvel, uma sátira à decisão da Câmara, nas últimas semanas, de absolver o deputado Natan Donadon (sem partido-RO) do processo de cassação de mandato.

"A ideia foi baseada na decisão da Câmara que, se escondendo por trás do voto secreto, manteve o mandato de um deputado julgado e condenado pelo STF [Supremo Tribunal Federal]. Todo mundo viu ele saindo algemado do Congresso direto para a penitenciária. Por isso criamos essa linha de ônibus Papuda-Congresso", disse o coordenador de projetos da organização Instituto Fiscal de Controle (IFC), Ícaro Sims, que pede reforma política e defende o fim do financiamento privado de campanhas eleitorais.

"A gente sabe que empresa não doa, faz investimento. E isso pesa no nosso bolso. Por isso defendemos que as campanhas sejam financiadas com dinheiro público. A gente sabe que isso não vai resolver o problema da corrupção, mas consideramos essencial. É um grande passso", explicou Sims, que também estava recolhendo assinaturas para um projeto de lei chamado Eleições Limpas, pelo fim do financiamento privado, eleição parlamentar em dois turnos, entre outros

Os manifestantes também pedem a prisão dos condenados na Ação Penal 470, o processo de mensalão, e a redução do número de parlamentares no Congresso. A estudante de filosofia, Mácia Teixeira, também foi protestar contra a corrupção. Ela acredita que a corrupção não se restringe aos polítcos, mas tem a ver com os corruptores.

"A gente está levantando a bandeira pelo fim do voto secreto e a expropriação dos bens advindos da corrupção dos corruptos e dos corruptores", disse Mácia, que acredita que a corrupção não é só uma questão de falta de ética, mas que existe em função de um sistema que possibilita esses casos.


Mariana Jungmann
Repórter da Agência Brasil

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