sexta-feira, 5 de julho de 2013

NO ESCURO, RUA DE CABRAL VIRA PRAÇA DE GUERRA

A manifestação pacífica convocada pelo Facebook pelo impeachment do governador do Rio de Janeiro, terminou com violência. A Polícia Militar, jogou bombas de efeito moral e gás lacrimogêneo para dispersar a aglomeração que protestava em frente à casa de Sérgio Cabral (PMDB).

Segundo relatos do repórter Andre Naddeo, do Terra, as luzes da esquina da avenida Delfim Moreira com a rua Aristides Espíndola, no Leblon, foram apagadas, e a orla virou praça de guerra. Cerca de 250 pessoas ainda estavam no local quando a polícia agiu.

A PM também usou o caminhão com jato de água para dispersar os poucos manifestantes que permaneceram perto da residência de Cabral.

Acuados, manifestantes responderam aos ataques com arremessos de pedras da orla.

Na correria, manifestantes foram detidos pelo Batalhão de Choque na altura do posto 10, por volta das 22h40. Três desse grupo foram trazidos para a 14º DP. Outros três foram detidos, totalizando seis detidos.

O protesto também registrou outro momento de tensão quando chegaram ao local dois estudantes do grupo que foi recebido pelo governador Sérgio Cabral na quinta -feira (27) passada, no Palácio Guanabara, sede do governo do estado.

Os dois foram chamados de infiltrados e um deles, identificado como Eduardo Oliveira, foi retirado do local por policiais militares do esquema montado pela PM, que interditou trecho da Rua Aristides Espíndola, onde mora o governador.

Luiza Dreyer, de 22 anos, integrante do Ocupe a Delfim Moreira, grupo que inicialmente acampou durante dez dias no cruzamento, disse que os dois foram recebidos com indignação por que chegaram como se nada tivesse acontecido. A estudante explicou que os manifestantes que hoje estavam protestando também contra a retirada dos acampados na madrugada de terça-feira (2), segundo ela de forma violenta, não se sentem representados pelo grupo que foi recebido por Cabral.

“Foram reprimidos por todos, por que eles não representam a manifestação do acampamento e nem a que está aqui contra a repressão que foi feita para tirar todos os 15 acampados em dez barracas. Eles são os culpados por a gente ter saído. Depois do encontro que o secretário de Direitos Humanos [secretário do estado de Assistência Social e Direitos Humanos, Zaqueu Teixeira] veio falar com a gente, foi marcado um encontro para cinco dias depois. Eles aproveitaram a oportunidade e foram falar com o Sérgio Cabral em dois dias sem avisar para a gente, sem pauta, sem ser aberto à mídia, sem transmissão ao vivo, tudo que a gente não pregava desde o início. Eles aparecerem aqui é uma verdadeira cara de pau”, explicou.

O ator Pedro Casarin, de 22 anos, que também fazia parte do grupo Ocupe a Delfim Moreira, disse que ele e a mãe receberam ameaças no domingo (23) por permanecerem no local. “Falaram que eu estava correndo sério risco e estava me expondo muito. Tiraram foto minha. A sensação de insegurança era real”, disse, acrescentando que não tem a intenção de acampar outra vez naquele cruzamento.

Pedro também disse que o grupo recebido pelo governador não tinha relação com os manifestantes que iniciaram o acampamento. “Aquele grupo não representa o movimento”, informou. 


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