O rombo de R$ 3,6 bilhões refere-se às culturas de feijão, arroz, castanha de cajú, milho, algodão, banana, cana de açúcar, mandioca, soja e café. De acordo com levantamento do IBGE, a pedido do jornal Folha de S. Paulo e publicado neste domingo (5), as maiores perdas ocorreram nas plantações de milho comparando 2012 com 2011 (R$ 961 milhões) e milho (R$ 532 milhões). O prejuízo equivale, por exemplo, a quase metade do valor da transposição do rio São Francisco, orçada em R$ 8,2 bilhões.
“Mesmo se pegarmos os preços de 2012 (quando a inflação acelerou com as perdas de safra), teríamos prejuízo superior a R$ 2 bilhões”, declarou Aldemir Freire. O Ceará, por exemplo, é um dos estados que mais sofrem os efeitos da seca. Naquele estado, 96% dos municípios estão em situação de emergência. A produção agrícola declinou 1,9 milhões de toneladas para 230 mil toneladas. Somente 30% das áreas que possibilitam plantios contam com o cultivo de algum alimento.
O Sindicato das Indústrias do Açúcar e do Álcool (Sindaçúcar-PE) informou que, no caso da cana de açúcar, por exemplo, foram produzidas 13.149.783 na safra 2012/2013 (setembro/março), uma queda de 24,5% em relação à safra 2011/2012, quando foram produzidas 17.515.890 toneladas. Em consequência, a produção de etanol também foi afetada, ao passar de 357.606 metros cúbicos (m³) para 265.219 m³.
Quanto à criação de empregos na agropecuária, o levantamento do IBGE apontou que em 2011 foram gerados 13 mil postos de trabalho com carteira assinada no setor, enquanto que no ano passado houve um déficit de 18 mil vagas, um recorde nesta década. Além disso, 244.825 trabalhadores estavam ligados ao setor em 2012, porém em março deste ano foram computados 223.640 postos de trabalho associados ao setor agropecuário. “A mecanização nas lavouras e outros fatores eliminam postos de trabalho, mas a seca é a grande responsável pelas demissões”, declarou o diretor da Confederação Nacional dos Trabalhadores na Agricultura, Antoninho Rovaris, à Folha de S. Paulo.
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