Há muito tempo há uma perspectiva de que o deputado estadual Targino Machado, conhecido pelas declarações polêmicas, contrárias ao governador Jaques Wagner (PT), se afaste da legenda que o trouxe de volta à Casa Legislativa em 2010 e siga para outro abrigo partidário com linha oposicionista.
A grande surpresa seria em torno do deputado Vando, com base eleitoral em Monte Santo, que teria prometido aderir à bancada governista no Parlamento, tendo como motivação as benesses que poderia levar para os municípios, mas que também pode estar sedimentando a sua desfiliação. Ambos estariam a caminho de ingressar no recém-criado Mobilização Democrática (MD), que na Bahia deve desbancar também outras siglas, a exemplo do PR.
Embora não queira tratar sobre o assunto, Targino já tenta se articular para entrar no novo partido e busca a preservação judicial, já que entrou com uma ação no poder Judiciário, solicitando a saída do PSC por justa causa. Desde quando os socialistas cristãos ingressaram na política do governo que ele luta para viabilizar a saída por acreditar que seria um “constrangimento” tornar-se governista.
Há burburinhos de que o parlamentar teria sido o primeiro político baiano a procurar o presidente nacional do MD, Roberto Freire, para conversar sobre os planos de ingressar na legenda, o que comportaria o seu ideal no momento de ser um oposicionista “fiel”, já que a agremiação já surge como adversário aos governos do PT, em âmbito estadual e federal.
O presidente estadual do PSC, Eliel Santana, acredita na possibilidade de Targino partir para o MD, mas nega que esse mesmo movimento esteja sendo feito por Vando. “É especulação, pois estive com ele anteontem e a demonstração foi de satisfação com o PSC. Targino, tudo bem, pois está se sentindo desconfortável e busca uma posição diferenciada”, justificou.
Santana enfatizou que não deve buscar punição para Targino. “Se a Justiça decidir que ele deve permanecer, vamos buscar uma forma de ele ficar sem se sentir prejudicado, mas se o liberarem não vamos recorrer da decisão”, afirmou. Apesar de os rumores serem fortes de que a sigla pode perder mais aliados, o líder minimiza ao dizer que, “pelo contrário, o partido vem sendo procurado por deputados, prefeitos e vereadores”. “O fato de estarmos no governo fez com que muitos se aproximassem”, acrescentou.
Segundo Santana, a meta partidária é de crescimento para as eleições estaduais de 2014. “Elegemos cinco estaduais e dois federais em 2010 e no mínimo vamos repetir este feito no próximo ano”, disse. Se não houver uma decisão desfavorável às coligações, o dirigente do PSC diz que o caminho pode ficar mais fácil para um maior número de candidaturas.
Além dos socialistas cristãos, devem ir para o MD os republicanos Elmar Nascimento, Sandro Régis e o deputado Bruno Reis (PRP). Entretanto, há quem aposte que a lista não pare por aí, sendo cogitado ainda o nome dos federais Maurício Trindade (PR) e Marcos Medrado (PDT).
Tribuna da Bahia
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