Embora questione dados de organismos internacionais que, para ele, superdimensionam esse tipo de violência no Brasil – pois consideram ataques a todos os profissionais de comunicação, além dos jornalistas - Schröder diz que a situação no país é preocupante porque revela o enfrentamento de interesses privados ao Estado. "Essa violência ocorre, em geral, poque há segmentos que entendem que o exercício do jornalismo atrapalha seus interesses e impedem que eles se realizem. O problema é que se isso não for combatido com efetividade, a situação deixa de ser um crime espontâneo e passa a representar uma ação organizada de enfrentamento ao Estado”, disse.
Para Schröder, “quando se mata um jornalista em razão de sua atividade, o objetivo não é atuar contra a pessoa, mas contra a liberdade de expressão e à publicização do que é de interesse de toda a sociedade”.
O presidente da Fenaj destacou que, no Brasil, diferentemente do que ocorre em outros países, como o México por exemplo, a cobertura mais perigosa não é a policial ou de conflitos, mas a ligada a temas políticos. “Essa cobertura é a mais perigosa porque há uma dificuldade de relacionamento muito evidente entre setores do poder político e econômico e a publicização de seus atos”, enfatizou.
Para ele, o governo e a sociedade civil têm acordado para a problemática e algumas respostas estão sendo construídas para aumentar as condições de segurança da categoria profissional. Ele citou a proposta de criação do Observatório da Violência contra Profissionais da Comunicação, que vai analisar as denúncias de violência e monitorar o desdobramento de cada caso, no âmbito da Secretaria de Direitos Humanos.
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