segunda-feira, 8 de abril de 2013

Seca faz procura por crédito crescer 100%

A seca na Bahia fez procura por crédito crescer e evidenciou a insuficiência da estrutura do Banco do Nordeste do Brasil (BNB) para atender à demanda estadual. O banco é o único a conceder o crédito emergencial. Atualmente, essa é uma das maiores queixas de produtores e entidades representativas do setor.

A Federação de Agricultura e Pecuária da Bahia (Facb) enviou para Brasília um documento em que, entre outras demandas, pede pela desburocratização do crédito emergencial. Em alguns casos, o recurso demora mais de dois meses para ser liberado.

De acordo com o BNB, o interesse pelo crédito emergencial aumentou 100%desde o ano passado. Em nove meses foram realizadas 63 mil operações de crédito.

O banco já aplicou R$ 500 milhões de cerca de R$ 1 bilhão destinado ao setor. Dessa quantia, R$ 450 milhões foi para o crédito emergencial.

A fim de acelerar o processo, o BNB deslocou 80 funcionários para realizar até sexta-feira 12, um mutirão nas agências de 13 cidades do semiárido. O objetivo da ação que começou em 1° de abril é zerar o estoque de mais de seis mil propostas em analise nas agências baianas, que totalizaram R$ 56 milhões. O mutirão deve beneficiar 250 cidades e 100 mil clientes.
O BNB afirma que vai inaugurar 18 agências no semiárido ainda este ano, que vão se somar às 35 da região, para ampliar o atendimento.

O médico produtor de leite de Ibirataia, Israel Barreto Santos, desistiu de pegar um empréstimo na agência do banco em Ipirá após meses de espera, sem sucesso.
Cliente desde 1993, ele pretende quitar os débitos remanescentes e obter um empréstimo no Banco do Brasil para melhorar a produtividade de sua propriedade, a Fazenda Luana. “vou vender umas três vacas e me livrar logo dessa dívida com o banco”, diz.

Israel recebeu uma outorga d’água em agosto de 2010. O objetivo era fazer um projeto de irrigação que melhorasse a qualidade do pasto e aumentasse a produção leiteira.

Antes disso, já havia procurado o BNB para obter o crédito. Após ter tido que refazer o projeto algumas vezes, decidiu desistir do recurso no ano passado. A outorga expirou há oito meses.

Os créditos que exigem apresentação de projeto, como o de Israel, demoram em média 60 dias para ser liberados. No caso do emergencial, a espera do produtor não é menor porque é necessário que o produtor comprove as perdas da produção.

O BNB afirma que a verificação dos prejuízos envolve um trabalho minucioso e criterioso. “Seguimos o Manual do Crédito Rural do Banco Central. Estamos lidando com recursos constitucionais, tem que estar tudo em conformidade”, diz o gerente-executivo, José Meneses Lima Jr.


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