sexta-feira, 29 de março de 2013

Piscicultores familiares apoiados pela Codevasf garantem pescado da Semana Santa no Baixo São Francisco

Não vai faltar pescado nesta Semana Santa no Baixo São Francisco. Desde o início deste ano, já foram “despescados” (termo técnico para retirada do pescado do tanque-rede ou viveiro) cerca de 34 toneladas de peixes nos lotes de piscicultores familiares dos perímetros irrigados de Boacica, em Igreja Nova, e de Itiúba, em Porto Real do Colégio, mantidos pela Companhia de Desenvolvimento dos Vales do São Francisco e do Parnaíba (Codevasf) em Alagoas.

Os peixes são vendidos diretamente a compradores da região, que por sua vez comercializam o pescado nas feiras livres de municípios do Baixo São Francisco. A estimativa da Codevasf é que, em 2013, as atividades piscícolas movimentem aproximadamente R$ 320 mil nos dois perímetros irrigados.

A piscicultura familiar é desenvolvida de forma semi-extensiva no sistema de rotação de cultura – por meio da qual durante parte do ano os lotes produzem arroz, e na outra é praticada a piscicultura com o policultivo das espécies tambaqui, tilápia, piau e curimatã, mais conhecida no Baixo São Francisco como xira.

Dos 766 lotes do perímetro irrigado do Boacica, 35 desenvolvem o cultivo de peixes, ocupando uma área de 52 hectares. Já no perímetro irrigado de Itiúba, 41 dos 227 lotes fazem o cultivo de peixes. Atualmente a produtividade média em Boacica está em 1,5 tonelada por hectare a cada ciclo, e no de Itiúba está em 0,8 tonelada por hectare ao ciclo.

Alberto dos Santos, 31 anos, é um dos piscicultores familiares do Boacica. Desde criança, acompanhava o pai, João Evangelista dos Santos, também piscicultor familiar, na atividade no lote da família no perímetro. Já adulto e após formar família, ele decidiu seguir o mesmo caminho do pai e hoje cultiva tambaqui e xira em um lote próprio. Com a Semana Santa, ele já enxerga um aumento do movimento e do faturamento com a despesca dos peixes cultivados há 8 meses. “Hoje tiramos 160 kg de tambaqui e 100 kg de xira. Vendo o quilo de xira por 10 reais e o de tambaqui por 6 reais. Sempre vendemos bem durante todo o ano. Na Semana Santa, temos um aumento na procura, o que é muito bom para nós”, afirmou.

Custos mais baixos
A despesca no lote de Alberto dos Santos começa sempre às 4 horas da manhã. O técnico agropecuário Zacarias Duarte, integrante da equipe que presta assistência técnica e extensão rural nos perímetros irrigados da companhia em Alagoas, explica que esse horário é ideal para prevenir o estresse dos animais. “O horário mais cedo também permite que o pescado chegue fresquinho às feiras livres e à mesa do consumidor”, completou. Ele também adiantou que, durante a Semana Santa, as despescas nos perímetros irrigados devem se estender até esta quinta-feira, 28 de março.

De acordo com o técnico agropecuário, a escolha das espécies xira e tambaqui propiciam custos mais baixos para o piscicultor, “pois essas espécies consomem subprodutos do arroz, como a palha, os grãos que sobram da colheita e o pó do arroz resultado do beneficiamento”, explica. “A xira e o tambaqui também têm um comércio certo. A tilápia e o piau são cultivados em menor escala, pois o comércio desses peixes tem um consumo mais baixo”, ensina Zacarias Duarte. Ele também destacou que o sucesso de piscicultores familiares como Alberto dos Santos e João Evangelista dos Santos tem chamado a atenção de outros agricultores, que também desejam entrar na atividade.

O fato é confirmado pelo presidente da Associação dos Piscicultores do Perímetro Irrigado do Boacica (Aspib), Manuel Lino Filho. “Tem muitos agricultores aqui do Boacica querendo entrar no ramo de piscicultura. Um deles é meu filho, que já começou a fazer seu tanque de criação de peixe. Esse negócio está entusiasmando toda minha família. Nós, que somos da agricultura, temos que mexer um pouquinho aqui e acolá para honrar nossos compromissos”, afirma o piscicultor, que pratica a atividade desde 2005 em 12 viveiros escavados.

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