domingo, 24 de março de 2013

NA LÓGICA DE DANUZA, PROTEÇÃO PUNE DOMÉSTICAS

No século XIX, os escravocratas tinham um discurso na ponta da língua. Negros não podiam ser libertados porque, sem a proteção dos fazendeiros, que, afinal de contas, lhes devam abrigo e alimentação, seriam entregues à própria sorte. Neste domingo, aquele velho discurso ecoou na Folha de S. Paulo, na coluna da escritora Danuza Leão, que já viveu seus dias de glória como socialite.

No texto "A PEC das empregadas", Danuza escreve sobre o projeto de lei aprovado em primeiro turno, que amplia direitos de tais profissionais, com a exigência de benefícios como o recolhimento de FGTS e o pagamento de FGTS. Ela prevê que o projeto, se não for bem discutido, colocará muita gente no olho da rua, uma vez que as patroas da classe média alta não conseguirão manter o privilégio – que, aliás, não existe em boa parte do mundo civilizado, que Danuza bem conhece.

Recentemente, Danuza já havia escrito que viajar a Paris e Nova York havia perdido a graça, porque havia o risco de dar de cara com o porteiro do prédio. Aparentemente, a socialite ainda não se acostumou com um Brasil em que as fronteiras sociais se movem e não são as mesmas do seu tempo.


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