“Queria dizer que, em que pese tudo isso, estamos vendo uma mudança acelerada na região. Pernambuco é um novo Pernambuco nos últimos 10 anos, e, sem duvida, o Governo Federal tem grande papel nisso. E o Governo Federal, tanto com Lula quanto na minha gestão, tem. Conseguimos que a economia crescesse e indústria aumentar a sua presença”, sapecou a petista em seu discurso. Como exemplos, ela citou a chegada de grandes empreendimentos como a Refinaria Abreu e Lima, a Petroquímica Suape e obras como rodovias, a transposição das águas do rio São Francisco, entre outros projetos.
No início de sua fala, a presidente destacou a importância e a contribuição do Nordeste em diversas áreas. Citando personalidades como o ex-governador Miguel Arraes e o escritor Ariano Suassuna, ela disse que pessoas assim são exemplos de nordestinos que merecem a gratidão da população brasileira.
“O Nordeste deu grandes contribuições ao nosso País. Podemos lembrar de várias. Frei Caneca, Paulo freire… Várias pessoas. Mas tenho de lembrar que essa terra fez nascer um cearense pernambucano: Miguel Arraes. E lembro sempre do imenso carinho que ele me tratou. Além do carinho, um grande e imenso respeito que todos os brasileiros que se dedicaram a transformação do Pais devem a Arraes. Essa terra tem aspecto especial. Aqui nasceu um gênio criativo chamado Ariano Suassuna. Nasceu na Paraíba, mas sempre me disse que era pernambucano”, observou
Dilma também rendeu elogios ao programa Mãe Coruja, idealizado pela primeira dama, Renata Campos, com o objetivo de reduzir a mortalidade infantil. “Quero agradecer a contribuição que Renata deu no meu governo para questão das creches. Muita coisa aprendemos com Renata”, afirmou.
Em meio a pronunciamentos sobre a importância do acesso a água para a população nordestina, Dilma criticou as “aves de mau agouro”. “Tem gente que fica falando que não vai sair a refinaria (Abreu e Lima). São aves de mal agouro. Nós vamos fazer e logo logo vai estar processando seus 240 mil barris por dia. Vai significar ganho não só para Pernambuco, como também para Brasil. Será a primeira em 33 anos. Obras como o (estaleiro) Atlântico Sul, a Petroquimica e a Fiat mostram a geração de emprego”, afirmou.
A questão política entre Dilma e Campos foi abordada de forma relativamente sutil pela presidente logo no início de seu discurso. Sobre Eduardo, Dilma disse que o mesmo é “Um grande parceiro, extremamente respeitado, que acompanhei de perto quando ainda era ministra, que é o nosso governador de Pernambuco Eduardo Campos. Já no final, a presidente observou que “Todos aqui temos a tarefa de sustentar esse projeto de nação. E ele tem duas fontes de força e energia. Primeiro é a força do povo. E segundo, é o imenso amor pelo Brasil que esses nossos parceiros têm demonstrado na sua história", em uma referência ao fato do PSB ser parte integrante da base aliada do Governo.
A fala foi uma espécie de resposta ao pronunciamento do governador que momentos antes havia discorrido sobre a importância de se debater o Brasil. "Conheço o fel da discriminação dos que não reconhecem a a importância do debate, de chegarmos a consensos que possam embalar o futuro do país. Há a necessidade de respeitar as diferenças de somar aos contrários", disse Eduardo, remetendo ao encontro que teve na semana passada com o ex-governador José Serra (PSDB), um dos maiores opositores do atual governo. Eduardo ainda amenizou a antecipação do pleito eleitoral do próximo ano ao dizer que "Não podemos dividir os pernambucanos e os brasileiros, que nos guiaram em tempos mais difíceis. Precisamos unir esforços, dialogar".
O encontro entre Campos e Dilma soa como uma tentativa de ambos "marcarem território" no Sertão para ganharem, cada vez mais, a confiança do eleitorado sertanejo. De um lado, Dilma, que procura manter a credibilidade em alta, sobretudo no Nordeste, a região mais beneficiada dos programas de transferência de renda, umas das principais marcas da gestão do PT desde o governo Lula. Do outro, (ou melhor, do mesmo lado), um governador com uma popularidade de quase 90%, tendo como uma das principais marcas a "interiorização econômica". A última pesquisa CNI/Ibope aponta que Dilma tem a preferência de 85% do eleitorado nordestino.
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