A julgar pelo que dizem os jornais, o plano de Caoa, que tem como consultor em seus negócios o ex-ministro Antonio Palocci, da Fazenda, seria levar os credores à exasperação, para que aceitem o maior desconto possível. Mas será que essa história é verdadeira? Com a palavra, o próprio Caoa, que falou com exclusividade ao 247.
"Pode escrever aí: não estou interessado em banco nenhum", disse ele. "Esse assunto só me causa desgaste". Caoa, que trabalha em casa, no Jardim América, em São Paulo, diz que seu foco é outro. Na sua rotina, ele vive com os olhos pregados na tela da Bloomberg, onde acompanha a cotação do dólar, uma vez que a Hyundai é grande importadora, e nos relatórios diários de vendas de veículos. Neste início de ano, ele saboreia uma conquista especial. Com pouco mais de 27 mil carros e caminhões vendidos em janeiro e fevereiro, a Hyundai superou a Renault, tornando-se a quinta maior montadora do País, atrás de Fiat, Volks, GM e Ford, apenas. "Meu foco agora é superar a Ford".
A ultrapassagem é especial porque, antes de ser o revendedor da Hyundai, Caoa implantou a Renault no Brasil, até levar um pontapé dos franceses – o que resultou numa longa disputa judicial. Hoje, ao olhar os franceses pelo retrovisor, Caoa comemora. "Eles é que saíram perdendo".
O plano de superar a Ford não pode ser subestimado. Um dos principais amigos, conselheiros e também parceiros de Caoa é o executivo Antonio Maciel Neto, que já foi presidente da Ford nas Américas. Com Maciel, Caoa tem um sonho: o de instalar em Goiás, onde já está a fábrica da Hyundai, a fábrica para produzir o primeiro carro 100% brasileiro, de uma montadora 100% nacional. "Eu vou realizar este sonho antes de 2020", diz ele. "O Brasil é o quinto maior mercado de automóveis do mundo e não pode ser um país sem sua própria montadora".
Sobre o banco BVA, onde tinha R$ 500 milhões aplicados, Caoa desconversa. "Não quero ser banqueiro. Quero e vou realizar o sonho de fabricar o carro brasileiro".
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