sábado, 22 de dezembro de 2012

Buenos Aires- Governo Kirchner acusa a oposição por saques

Uma onda de tensão se espalhou pela Argentina com novos saques e confrontos que atigiram ao menos cinco das 23 províncias do país desde esta quinta-feira - do Chaco, no Norte, a Santa Fé, no Sul. A Grande Buenos Aires também foi afetada, mas não houve relatos de ocorrências na capital. Em todo o país, duas pessoas morreram, dezenas ficaram feridas e centenas foram detidas. Lojistas fecharam as portas. Em Bariloche, onde começaram os distúrbios anteontem, desembarcaram 400 homens da Gendarmería Nacional. O governo Kirchner acusou a oposição de estar por trás dos incidentes.

A violência ocorre num ano em que Cristina enfrentou dois panelaços em menos de dois meses e uma paralisação na sequência. Os saques também reavivam a memória de dezembro de 2001, quando tais episódios deram início à maior crise social da História do país.

— Estes feitos violentos querem frear a paz social e este grande momento que a Argentina vive. Há setores do crime, mas também setores vinculados à política, ao (sindicato dos) Caminhoneiros, ao Gastronômico, à Associação dos Trabalhadores do Estado (envolvidos) — atacou nesta sexta-feira Juan Manuel Abal Medina, chefe do gabinete de ministros. — Esperamos que (Hugo) Moyano possa demonstrar que não há dirigentes envolvidos.

Moyano, secretário-geral da Confederação Geral do Trabalho (CGT), é um ex-aliado de Cristina que virou líder do movimento oposicionista — esteve à frente, por exemplo, das paralisações depois do panelaço de novembro.

— O que está ocorrendo foi concebido pelo governo para se vitimizar — disse, atacando Cristina — Creio que a presidente está defasada. Manda esses personagens dizerem uma série de idiotices.Violência em Rosário

O secretário de segurança nacional, Sergio Berni, também acusou grupos ligados ao sindicato dos caminhoneiros pela violência em Campana, na província de Buenos Aires, onde mais de cem pessoas foram detidas segundo a Rádio Mitre.

Segundo o jornal “La Nación”, houve 25 episódios de saques num intervalo de 15 horas entre quinta-feira e sexta-feira apenas na região metropolitana de Rosário, na província de Santa Fé, no Sul. Uma loja foi incendiada com os donos dentro e vários estabelecimentos fecharam as portas. Uma mulher de 40 anos morreu após sofrer um corte na perna ao quebrar uma vitrine e um jovem de 22 anos foi morto por um tiro no peito — o assassino não foi identificado. Outras duas pessoas foram baleadas e estavam internadas em estado grave. Crianças e uma mulher grávida foram detidas. A prefeita, Mónica Fein, pediu a presença da Gendarmería.

A tensão chegou à Grande Buenos Aires. Cem pessoas foram presas em San Fernando, onde um posto de combustível foi saqueado. Em Tres de Febrero, lojas foram invadidas e em San Martín e La Matanza houve tentativas frustradas.


O Globo

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