A decisão da Justiça Federal de reintegrar o aluno Diogo Nogueira Moreira Lima, 25 anos, à Faculdade de Medicina da Universidade Federal da Bahia (Famed/Ufba), abriu uma polêmica na instituição. O estudante passou quase três anos internado no Hospital de Custódia e Tratamento (HCT) por ter abusado sexualmente de 12 garotos.
A decisão da juíza Lílian da Costa Tourinho saiu no último dia 9. O professor José Tavares Neto iniciou uma ação para convencer os colegas a não dar aulas a Diogo.
Segundo ele, sua decisão tem base em preocupações científicas. "Não tenho nada pessoal contra ele. Mas esse é um tipo de crime que tem elevada taxa de reincidência", acrescenta.
Segundo ele, sua decisão tem base em preocupações científicas. "Não tenho nada pessoal contra ele. Mas esse é um tipo de crime que tem elevada taxa de reincidência", acrescenta.
Na decisão a qual A TARDE teve acesso, a juíza justifica ter considerado dois requisitos em favor de Diogo: perigo de que o processo para garantir a matrícula se torne ineficaz, devido à demora, e a garantia do acesso de todo cidadão à educação. A defesa de Diogo argumenta que ele, ainda sob internação no HCT, formulou pedido de permanência no curso. Sua matrícula estava estipulada para os dias 12 e 14 deste mês, mas, até a data da decisão da juíza, não houve resposta dos setores administrativos da Ufba.
Receio - Tavares Neto afirma estar receoso de que Diogo possa utilizar a condição de médico para voltar a cometer os crimes. "Como médico ele terá acesso a medicamentos restritos. Isso pode levá-lo a usar desse expediente para abusar de outras pessoas", afirma. "Não estou dizendo que irá acontecer, mas não podemos correr esse risco potencial", acrescenta. O professor tenta conseguir apoio dos outros colegas por meio de um email que foi enviado à diretoria e ao colegiado da Famed.
A TARDE procurou a diretora da Famed, professora Lorene Silva, que respondeu por meio de mensagem de celular ( SMS) sua decisão de não comentar o assunto. "O caso está com as instâncias superiores da Ufba", afirmou. Segundo o professor Tavares Neto, o email de repúdio ao provável retorno de Diogo à Ufba também foi enviado para o senador Magno Malta (PR-ES), membro da Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) que investiga pedofilia. "Mas ainda não obtive resposta", completou. Para o advogado Luiz Coutinho, que acompanhou Diogo desde a prisão em 2009 até a alta médica em setembro deste ano, o estudante não representa mais riscos.
A TARDE procurou a diretora da Famed, professora Lorene Silva, que respondeu por meio de mensagem de celular ( SMS) sua decisão de não comentar o assunto. "O caso está com as instâncias superiores da Ufba", afirmou. Segundo o professor Tavares Neto, o email de repúdio ao provável retorno de Diogo à Ufba também foi enviado para o senador Magno Malta (PR-ES), membro da Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) que investiga pedofilia. "Mas ainda não obtive resposta", completou. Para o advogado Luiz Coutinho, que acompanhou Diogo desde a prisão em 2009 até a alta médica em setembro deste ano, o estudante não representa mais riscos.
"Ele já pagou pelo que fez e não deve mais nada à Justiça nem à sociedade. A decisão judicial tem de ser cumprida". Coutinho alega estar surpreso com a iniciativa do professor Tavares Neto. "Ele é uma pessoa instruída. Me causa estranheza essa postura de um docente da Ufba, que é qualificado para estar ali no papel de educador".
Crime - Diogo recebeu alta médica do HCT no último 4 de setembro. Ele cumpria mandado de segurança expedido pela Comarca de Camaçari por ter sido flagrado abusando sexualmente de três garotos, de 8 a 11 anos, em 12 de setembro de 2009. Os abusos aconteceram na casa pertencente à sua família em Arembepe. Diogo foi denunciado pelo pai de uma das vítimas. As investigações identificaram mais nove vítimas dos abusos praticados pelo estudante. Na casa, a polícia encontrou fotos das crianças, filmes pornôs, vibradores e outros objetos para uso sexual. Diogo afirmou que guardava as fotos "para lembrar do que tinha feito, sentir culpa e diminuir a frequência da realização dos abusos".
A TARDE
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