Fica mais claro após a divulgação dos últimos levantamentos do Ibope que a campanha eleitoral, ao menos a que efetivamente é percebida pelos eleitores, ainda não começou. Segundo o Instituto, em Salvador cerca de 69% dos eleitores têm pouco ou nenhum interesse pelo pleito, ainda. A matéria, veiculada por O Globo, em sua edição desta quarta-feira, 08, traz uma avaliação do professor Marcus Figueiredo, pesquisador Instituto de Estudos Sociais e Políticos (IESP) da Universidade do Estado do Rio de Janeiro. Ele sugere que um dos motivos para o pouco interesse até o momento é que eleições municipais têm menos mídia que as de governador e presidente, por exemplo. Outro fator é o horário eleitoral na TV, que só começará em 21 de agosto.
Ainda de acordo com o docente da UERJ, “ainda é um momento inercial em que a maioria dos eleitores acha que há tempo para decidir. A legislação eleitoral no país inteiro proibiu e propagandas extensivas, como outdoor. Agora, só tem uma plaquinha aqui e outra ali. Então, não há uma mobilização. Isso só vai ocorrer a partir do horário eleitoral na TV. Aí sim os cabos eleitorais estarão em maior quantidade, os candidatos vão estar na rua muito mais intensamente”.
Este momento, considero, deve ser dedicado, ainda, ao processo organizativo, arregimentação de forças para o corpo a corpo, a ser intensificado a partir da última semana de agosto, e, sobretudo, arremate das propostas políticas e programáticas, e fechamento do projeto de marketing e comunicação da campanha. A campanha deste ano promete ser, para a ampla maioria das cidades, um tiro curto de cerca de 45 dias, uma vez que não há segundo turno. Com uma diferença apenas para as grandes cidades, com geração de propaganda não apenas no rádio, mas, também, na TV: a de que a campanha deve ser feita com previsão de segundo turno, para que não haja paralisia das atividades.
Enfim, que não se precipitem as avaliações com base nas pesquisas de opinião pública, feitas no cenário de agora. Convém esperar para as pesquisas a partir da segunda semana de setembro, para que não se tirem conclusões que avalio como precipitadas e potencialmente prejudiciais, a partir dos números de agora. Ali, sim, será possível vislumbrar melhores recados dos números, a balizarem o resto da campanha.
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