Em assembleia realizada nesta terça-feira (12), os professores estaduais decidiram mais uma vez por unanimidade manter a greve. O presidente do Sindicato dos Trabalhadores em Educação do Estado da Bahia (APLB), Rui Oliveira, apresentou a contraproposta do comando de greve, que mantém a reivindicação de reajuste salarial de 22% e pede a revogação da Lei 12.578. Segundo explicou a diretora da APLB Marilene Betros, a entidade aceita o parcelamento do valor, desde que seja pago até o final do ano. “Queremos também que o reajuste contemple todos os segmentos da categoria, como pensionistas e aposentados. A Lei 12.578 transforma os salários em subsídios, retirando vantagens históricas da categoria”, protestou. Além da contraproposta, também foi apresentado um calendário de atividades do movimento grevista até o início da próxima semana. De acordo com a programação, ainda esta manhã um grupo de docentes seguirá em passeata até a Secretaria de Educação do Estado, também localizada no Centro Administrativo da Bahia (CAB). Pela tarde, está prevista uma reunião na Assembleia (AL-BA). Na quarta (13), o sindicato promete participar da festa de Santo Antônio que acontece na sede do Legislativo Baiano. O calendário ainda incluiu um grande ato no Iguatemi às 9h desta quinta (14) e uma "feira da resistência" na Praça da Piedade na sexta (15), onde os professores comercializarão produtos para arrecadar dinheiro. No mesmo dia, o grupo pretende realizar um forró de protesto na AL-BA. O comando grevista volta a se reunir na próxima segunda (18) e outra assembleia-geral da categoria ocorrerá no dia seguinte. “Se houver antes disso uma proposta do governo, faremos uma assembleia extraordinária”, declarou Rui Oliveira. “O inimigo não está aqui. O inimigo está lá e nós temos que ter unidade para lutar contra ele”, completou o dirigente, ao se referir à confusão ocorrida na assembleia. Governo lamenta a decisão dos professores de manter estudantes sem aula Por meio de nota o Governo do Estado lamentou a decisão da assembléia dos professores, relaizada nesta terça-feira (12/06), que manteve a greve e, com essa decisão, deixa os estudantes da rede pública sem aulas há 63 dias, ameaçando o ano letivo. “Esta decisão aumenta ainda mais o prejuízo dos estudantes, principalmente os dos 3º ano do ensino médio, que farão este ano a prova do Enem e de vestibulares”, ressalta o secretário da Educação Osvaldo Barreto. Pela proposta, consolidada a partir de proposição original apresentada pelos representantes sindicais ainda em março, o governo concede aos professores licenciados promoção, por meio de curso, com ganho real de 7%, em novembro deste ano, e mais 7% em abril de 2013. Somando aos reajustes já concedidos este ano (6,5%), a proposta resulta em ganho total de 22 a 26%. O diferencial dessa proposta é associar o ganho com a formação para os professores licenciados, o que contribui diretamente para a melhoria da qualidade do ensino e da aprendizagem. A proposta é baseada na capacidade financeira do Estado, respeitando a Lei de Responsabilidade Fiscal, que não conta com recursos em seu orçamento para contemplar todo o percentual da promoção reivindicada pelos professores para este ano. Paralelamente, a Procuradoria Geral do Estado (PGE) impetrou recurso junto ao Superior Tribunal de Justiça (STJ) para derrubar a liminar que autoriza a suspensão dos salários dos professores grevistas. O Governo aguarda decisão favorável. O secretário Osvaldo Barreto conclama os professores da rede estadual, que ainda estão paralisados, a considerarem a proposta apresentada e retomarem as atividades em sala de aula. | |
Patrícia Conceição/Rodrigo Aguiar do Bahia Notícias Foto: Tiago Melo |
terça-feira, 12 de junho de 2012
GREVE DOS PROFESSORES É MANTIDA; SINDICATO APRESENTA CONTRAPROPOSTA E CALENDÁRIO DE MOBILIZAÇÃO
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