Foto: EBDA
Descendentes de escravos, os moradores do Quilombo Lagoa das Piranhas, em Bom Jesus da
Lapa, vivem nesse local há mais de um século, preservando a sua cultura e sobrevivendo por
meio da lavoura, do artesanato, do trabalho com a pesca artesanal e do cultivo de peixes em
tanques-rede, trabalho que é orientado pela Gerência Regional da EBDA, empresa vinculada à
Secretaria Estadual da Agricultura (Seagri).
Os quilombolas criaram a Associação Quilombola de Lagoa das Piranhas, e seus 20
associados recebem a assessoria técnica do engenheiro de pesca da Empresa Baiana de
Desenvolvimento Agrícola (EBDA), vinculado ao Programa Pacto Federativo, Germerson
Roberto Teles Teixeira.
Na localidade, Teixeira e o presidente da associação, Miguel Antônio de Souza, organizaram
um mutirão, para capturar peixes, para fazer um levantamento de espécies nativas do rio São
Francisco, e mapear a diversidade, no período. Foram encontradas espécies como: tambaqui,
piranha, surubim, traíra, dourado, curimatã, piau, cari, tucunaré, corvina, entre outros.
A coleta gerou informações como o tamanho dos peixes, para identificar se há pesca
demasiada de uma espécie, o que pode diminuir a sua população. O técnico, com outros
profissionais da empresa, também especificaram o tipo e o tamanho de malha das redes de
pesca a serem utilizadas na captura. “Nós nos preocupamos com a captura dos peixes no peso
e tamanho adequados, para preservação das espécies e que não falte a população,
futuramente” explicou Teixeira.
Os quilombolas também recebem orientações para a atividade em tanques-redes (cultivo de
peixe em ambiente fechado). Em Lagoa das Piranhas, os moradores possuem 60 tanquesredes, e 20 estão ativos. “Cada tanque tem em média de 600 peixes da espécie tilápia; a
atividade é realizada paralelamente à pesca artesanal, e é mais uma fonte de alimentação e
renda para a comunidade,” conta o engenheiro.
Um curso de piscicultura será ministrado na primeira quinzena de maio, na Colônia de
Pescadores e Aquicultores Z-32, de Bom Jesus da Lapa. A comunidade recebeu 15 tanquesredes e os membros solicitaram um curso específico de instrução para a colocação dos
tanques, seleção das espécies que serão cultivadas, manejo de alevinos, até a despesca
(retirada dos peixes para a comercialização).
Para as localidades pesqueiras que trabalham com tanques-redes, são oferecidas orientações
sobre acondicionamento correto da ração, manutenção dos tanques, quantidade de peixes que
deve ser colocado em cada tanque, sanidade dos peixes, e beneficiamento do produto.
Fonte:
EBDA/Assimp
Ascom Seagri
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