sexta-feira, 9 de março de 2012

“A política está virando muito mais um negócio” diz Henrique Fontana ao defender a Reforma Política

Por Zé Carlos Borges

Reforma Política vai mudar o alicerce das campanhas



"As pessoas precisam compreender, cada vez mais, porque é tão difícil votar a reforma política no Brasil, ali está o alicerce da estrutura de poder do país e todo jogo de interesses. Tenho a convicção que aprovar um sistema exclusivamente público de campanhas é mais barato que o atual, porque o principal problema da política brasileira é que ela está virando muito mais um negócio, uma corrida do ouro, uma busca de dinheiro, abrindo canal enorme para que o poder econômico tenha influência sobre a democracia" argumenta o relator da Reforma Politica, deputado Henrique Fontana (PT-RS).


Fontana reafirma sua posição a respeito da autonomia dos representantes do povo, sem estarem ligados a grupos, cujos interesses não são os da defesa do bem coletivo. "Queremos uma sociedade mais participativa. Por isso, coloquei no texto da Reforma mecanismos para facilitar este acesso, um referendo, pois a sociedade precisa saber como cada deputado ou cada partido está encarando o tema da política brasileira, o sistema político vai (pode) passar por um referendo em agosto de 2013, e a população fica com a última palavra". O texto de Fontana tramita no Congresso Nacional.

Atual sistema corrobora com a corrupção

Henrique Fontana reafirma que é inaceitável o que estamos vivenciando no país, em termos de sistema político. "Quase todas as semanas tem uma relação com o jogo, da obra superfaturada, da corrupção. Então é aquela história, a gente pensa que não paga pela eleição quando o financiamento é privado".

O relator argumenta que o atual financiamento privado de campanha é uma porta para a corrupção. Em seu entendimento, hoje funciona como que se o patrocinador da campanha "comprasse" praticamente o político. Hoje estamos " incentivando a corrupção, porque volta e meia a empreiteira A financia com 1 milhão a campanha de não sei quem pra depois ter lá uma licitação dirigida superfaturada ou coisa do gênero".

Campanhas mais baratas, com ideias, programas, projetos

Segundo ele, pelo atual sistema, o financiamento também acaba sendo pago em última instância pelos cidadãos. "A parte legal do financiamento evidentemente ocorre, inclusive é a maior parte na minha opinião, mas também é paga pelo cidadão, porque quando uma empresa contribui legalmente com um candidato com recibo como manda o figurino, o valor que ela contribuiu ela embutiu no preço do produto que ela vende, então o que eu quero é transparência total, campanhas baratas, menos marketing, mais ideias, mais programas , mais projetos, a história de vida dos candidatos, isto é o que deve ser contado".

(Ana Cláudia Luz Feltrim - RádioPT e Ricardo Weg - Portal do PT)

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