A taxa de investimento das administrações públicas – governos federal, estadual e municipal – evoluiu de seu patamar mais baixo do período pós-real, 1,5% do Produto Interno Bruto (PIB), registrado em 2003, para o recorde de 2,9%, resultado de 2010. Atualmente, segundo projeções preliminares do Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea), esse índice está próximo a 2,5%.
O cálculo, feito pela Coordenação de Finanças Públicas da Diretoria de Estudos e Políticas Macroeconômicas (CFP/Dimac) do Ipea, foi apresentado na quinta-feira (29), durante a coletiva pública do Comunicado do Ipea nº 126 – Como anda o investimento público no Brasil?.
De acordo com o Ipea, o PIB cresceu muito a partir de 2004, e os investimentos públicos evoluíram mais rapidamente que no período anterior, de 1995 a 2003, em que a taxa estava em queda devido, entre outros fatores, ao forte arrocho fiscal promovido no primeiro ano do governo de Luiz Inácio Lula da Silva.
Os investimentos feitos pela União estão em constante crescimento, segundo a pesquisa. Em contrapartida, há um decréscimo dos investimentos feitos pelos governos estadual e municipal. “Isso faz com que a União esteja participando das administrações públicas gerais de forma mais expressiva”, disse o coordenador da CFP, Claudio Hamilton.
Segundo o coordenador da CFP, as oscilações se dão porque os investimentos aumentam muito em anos eleitorais e caem bastante em anos pós-eleitorais. “Os gastos aumentam no último ano, e a nova administração encontra contas estouradas, o que exige corte de gastos e de investimentos”, completou.
Em 2011, os indícios de queda na taxa são atribuídos, basicamente, à contenção de gastos frente à crise econômica mundial, e o que “contribui na mesma direção é a prioridade orçamentária dada ao Programa de Aceleração do Crescimento (PAC)”, afirmou Claudio Hamilton.
Limitações
Limitações
Hamilton destacou algumas dificuldades para se mensurar os valores obtidos. Segundo ele, restos a pagar não processados dificultam apuração das contas nacionais, em administrações estaduais e municipais, pois são empenhados débitos orçados em gestões anteriores. Outro fator é a defasagem temporal da publicização da formação bruta de capital fixo (FBCF). O índice referente aos anos de 2007, 2008 e 2009 foi divulgado em novembro deste ano. Os dados de 2010, de acordo com o coordenador, “na melhor das hipóteses, serão divulgados em 2012”.
Fonte: Ipea
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