Nesta quarta-feira (3), Dia Nacional de Defesa do Rio São francisco, a atenção é voltada para a quantidade de esgoto que são despejados no rio, sem tratamento. Como resultado, se proliferam às margens do rio, as baronesas, plantas aquáticas que são indicadores de poluição.
Na orla de Petrolina, no Sertão pernambucano, as margem são cercadas pelas baronesas. Uma das causas da proliferação das plantas, segundo especialistas, é resultado do esgoto lançado diretamente no rio. “A baronesa é uma espécie de filtro que se alimenta de dejetos. É a natureza tentando fazer aquilo que o homem não faz, limpar a água”, explica o membro do Comitê da Bacia Hidrográfica, Aluizio Gomes.
O esgoto do município é de responsabilidade da Companhia Pernambucana de Saneamento (Compesa). Segundo o diretor da Agência Municipal de Meio Ambiente (AMMA), Gledson Castro, medidas para garantir o tratamento estão sendo tomadas. “Temos buscado, com o Ministério Público, atuar nesta área mais intensamente, para que a gente procure resolver esse problema no Rio São Francisco”, garante.
Outra consequência da poluição é a ausência de peixes. O pescador Manuel Ferreira, 65 anos, diz que a cada dia tem sido mais difícil continuar na atividade. “Se Deus não ajudar, a tendência é acabar os peixes do São Francisco. Está tudo escasso, a crumatã estão se pegando na pedra, o cari tá sumindo. Está muito difícil”, lamenta.
Em nota, a Compesa informou que parte do esgoto da cidade é tratada em lagoas de estabilização. A companhia disse ainda, que quando a nova estação de tratamento ficar pronta, 98% das impurezas dos esgotos serão retiradas das águas que são despejadas no rio. O projeto também ambiciona acabar com os bueiros que jogam águas poluídas diretamente no rio. A nova estação está prevista para funcionar no final do mês de julho.
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