A Confederação Sul-Americana de Futebol (Conmebol) informou hoje (19) que abriu procedimento disciplinar contra o clube peruano Real Garcilaso. Esse procedimento visa a apurar os atos de racismo da torcida peruana contra o jogador Tinga, do Cruzeiro, na semana passada, durante partida válida pela Taça Libertadores da América. O Real Garcilaso já foi notificado e deve apresentar defesa até a próxima segunda-feira (24).
O regulamento disciplinar da Conmebol prevê uma série de punições para clubes e torcidas que tenham atitudes racistas. O Artigo 12 diz que agremiações ou clubes cujos torcedores se comportem de forma discriminatória – seja por motivos de cor da pele, raça, etnia, idioma, credo ou origem – podem ser multados em no mínimo US$ 3 mil.
O mesmo artigo acrescenta que o clube poderá ser julgado pelo órgão disciplinar da entidade, que tem competência para impor sanções adicionais. Entre as medidas estão jogos com portões fechados, perda de mando de campo, concessão da vitória ao time cujo jogador foi vítima do ato, perda de pontos e até a eliminação da competição.
Uma denúncia do clube brasileiro resultou em providências da entidade, que informou no dia 14 que iria apurar o ocorrido. O fato gerou manifestações de revolta contra o racismo no futebol, bem como de apoio ao jogador brasileiro.
A Confederação Brasileira de Futebol (CBF), jogadores, o presidente do Supremo Tribunal Federal (STF), Joaquim Barbosa, a presidenta Dilma Rousseff, o ministro do Esporte, Aldo Rebelo, e o presidente da Fifa, Joseph Blatter, condenaram o racismo no futebol. O presidente peruano, Ollanta Humala, usou o Twitter para lamentar o ocorrido. “Um país tão diverso como o nosso, que fortalece sua identidade, com todas suas culturas, não deve admitir reações racistas de nenhum tipo”, escreveu Humala.
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