quarta-feira, 15 de janeiro de 2014

CASA NOVA E O MOVIMENTO FANÁTICO RELIGIOSO “PAU DE COLHER” PARTE I


Dois acontecimentos históricos marcantes na história do município de Casa Nova são o movimento fanático religioso de Pau-de-Colher, em 1938, que ontem (15), completou 76 anos e a mudança, em 1976, da localização da cidade devido à construção da barragem de Sobradinho. O movimento de Pau-de-Colher, localidade do município, guarda várias semelhanças com o de Canudos, tendo terminado, assim como este, com a intervenção de tropas estaduais e federais e a morte de centenas dos fanáticos participantes.

O assunto tem sido tema de mais de um livro, a exemplo de “Pau-de-Colher – Um pequeno Canudos – Conotações políticas e ideológicas”, do casanovense Raimundo Estrela, publicado em 1997 pela Assembleia Legislativa do Estado da Bahia. O lago formado com a barragem de Sobradinho cobriu as cidades originais de Casa Nova, Pilão Arcado, Remanso e Sento Sé. A mudança das cidades e das populações ribeirinhas por causa da barragem inspirou músicas (“Sobradinho”, de Sá e Guarabira), literatura de cordel e trabalhos que circularam no meio acadêmico.

Mas, em plena década de 70, época do “Brasil grande” do governo militar, só se falou sobre os benefícios da gigantesca obra, ficando o grande público carente de uma visão menos parcial sobre o assunto. Com a discussão da transposição do rio São Francisco, o tema passou a despertar novo interesse. Um exemplo foi a publicação, em 2005, do livro “Os Descaminhos do São Francisco”, de Marco Antônio Tavares Coelho, em que o autor faz um histórico da utilização do rio.

Entre muitas informações fornecidas, Coelho afirma que a opção pelo local da construção da barragem desconsiderou parecer técnico da consultoria especializada contratada à época. Esta afirmava ser possível, sem prejuízo da geração de energia, escolher um local alternativo para a construção, de modo que a formação do lago não implicasse a submersão das sedes dos municípios.


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Um comentário:

  1. Discordo absolutamente do termo fanáticos religiosos. Essas pessoas nada mais são que pequenos agricultores que se uniram para produzir e viver sem a rédeas curtas e duras dos coronéis da região na época. Tinha sim a sua fé, como muitos inda tem hoje.
    Mas fanáticos religiosos é um termo que não aplica a esse caso, como também não se aplica a Canudos ou a Caldeirões, entre outros tantos redutos de resistência ao coronelismo que a sociedade dominante e dominadora intitulou de fanatismo religioso para desviar a atenção para um foco que sempre leva medo a sociedade que é o fanatismo religioso.

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