terça-feira, 16 de julho de 2013

Laboratório britânico se aproxima da cura do câncer

A cura do câncer acaba de ficar um pouco mais próxima, segundo o jornal britânico Independent. E o responsável pelo grande avanço na área é um pequeno laboratório em Oxfordshire, na Inglaterra. Os pesquisadores do Immunocore há 20 anos trabalham para desenvolver uma nova abordagem para o tratamento do câncer, baseada na imunoterapia, que usa o próprio sistema imunológico do organismo para combater as células tumorais. E parece que, finalmente, os esforços estão dando resultado.

Nas últimas três semanas, a empresa assinou contratos com dois dos maiores representantes da indústria farmacêutica, o que pode levar a um financiamento de centenas de milhões de libras para a pesquisa inédita da companhia britânica. A Immunocore conseguiu desenvolver uma maneira de aproveitar o poder das “células assassinas” do sistema imunológico: as células T do sangue, projetadas para procurar e matar patógenos invasores, tais como vírus e bactérias. Essas células, porém, não são tão boas em encontrar e matar células cancerosas, mas os executivos da indústria farmacêutica acreditam que a companhia encontrou uma maneira de contornar essa falha, para que os pacientes sejam capazes de combater a doença com sua própria defesa imunológica.

“A imunoterapia é radicalmente diferente”, diz Bent Jakobsen, diretor científico da Immunocore, que começou a estudar as células T vinte anos atrás, quando trabalhava no Laboratório de Pesquisa Médica do Conselho de Biologia Molecular em Cambridge. – Ele não elimina os outros tratamentos de câncer, mas acrescenta algo que tem uma característica única ao arsenal. E pode ter a potência para realmente curar o câncer.

As empresas interessadas no estudo são nada menos do que a Genentech, na Califórnia, parte do gigante grupo Roche, e a britânica GlaxoSmithKline. As duas companhias já assinaram contratos de investimento na pesquisa que podem chegar a meio bilhão de libras (mais de 1,7 bilhão de reais).

O câncer tem sido tratado com cirurgias, quimioterapia e radioterapia, todas formas de aniquilar as células cancerosas. Porém, essas terapias batem no mesmo problema: como popular o tecido saudável dos danos e, ao mesmo tempo, assegurar que todas as células cancerosas sejam mortas, desativadas ou removidas?

A chave do sucesso da pesquisa da Immunocore é, portanto, a incrível capacidade de distinguir as células cancerosas das saudáveis. A droga desenvolvida pela companhia faz isso ao reconhecer pequenas proteínas ou peptídeos que ficam de fora da superfície da membrana das células cancerosas.

“Há muitas companhias trabalhando com anticorpos, mas nós somos a única empresa no mundo que conseguiu trabalhar com as células T”, diz Jakobsen. – O que o Immunocore fez foi construir uma terapia em torno do segundo braço do sistema imunológico, conhecido como a imunidade celular, em que as células T procuram e destroem os agentes invasores.

No entanto, o maior perigo ao se trabalhar com células T é a sua potência, o mesmo motivo pelo qual elas são tão interessantes. Esse potencial poderia levar, por exemplo, a uma cura do câncer em metástase, que já se espalhou pelo corpo, segundo Jakobsen.

“Se você quer causar algum impacto no câncer, precisa de algo incrivelmente potente. Mas quando algo dá errado, é muito ruim. Acho que a verdade sobre os tratamentos de câncer é que não importa o quanto nós testamos, às vezes, ele vai continuar dando errado”, observa o médico. Todas as companhias farmacêuticas já notaram que a imunoterapia pode ser a chave para a cura do câncer; é o elo perdido no tratamento do câncer.

O diretor da Immunocore está otimista com relação ao desenvolvimento da técnica da imunoterapia. “Eles [as companhias farmacêuticas] têm visto essa tecnologia se desenvolver. Ela já ultrapassou o cume da montanha. Com os nossos testes com melanoma, eles já viram que é seguro e que está funcionando”, afirma.


As informações são de O Globo

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