A mensagem do STF ao Estadão repercutiu muito mal internamente. Lembrou tempos autoritários, em que autoridades pediam a cabeça de jornalistas aos chefes de redações. No caso do Estado, não é a primeira vez que Barbosa tenta isolar um profissional de imprensa. Antes do caso Felipe Recondo, ele colocou na geladeira a repórter Mariângela Galucci, desde que, em 2010, ela publicou uma reportagem – verdadeira, diga-se de passagem – mostrando que o ministro ia a bares, enquanto sua licença para tratamento de dores nas costas, que durou quase um ano inteiro, paralisou diversos processos. No STF, Barbosa chegou a interromper entrevistas ou conversas em off com jornalistas, sempre que Mariângela, casada com o colunista Fernando Rodrigues, da Folha, se aproximava.
Depois do julgamento do mensalão, Barbosa anda mais irritadiço do que de costume e suspeita que todos os seus passos estejam sendo monitorados de perto. Recentemente, ele passou férias em Miami, nos Estados Unidos. Como há muitos brasileiros vivendo e passando férias na cidade, ele foi abordado e distribuiu autógrafos, como costuma fazer também no Brasil. Depois disso, fotos suas foram postadas na internet e circularam rumores de que ele teria comprado um imóvel de alto padrão na Flórida. A reportagem ainda não publicada de Recondo, sobre as mordomias no STF, também passou a ser motivo de preocupação.
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