quinta-feira, 21 de fevereiro de 2013

NOVA YORK - Novo teste consegue diagnosticar hanseníase em apenas dez minutos

Um teste simples, rápido e barato de infecção por hanseníase consegue diagnosticar a doença a tempo de ser tratada, mesmo em países pobres e vilarejos remotos. Pesquisadores americanos desenvolveram o teste e a Anvisa o registrou no mês passado. A empresa brasileira de diagnóstico Orange Life vai produzir o teste ao preço de U$ 1 ou menos para a população, segundo reportagem do New York Times.

- Isto tirará o controle da doença da Idade das Trevas - disse ao jornal o médico William Levis, que há 30 anos trata pacientes com hanseníase no Hospital Bellevue, em Nova York.

Muitos consideram a doença uma relíquia do passado, mas todos os anos cerca de 250 mil pessoas são diagnisticadas com hanseníase em todo o mundo, segundo a Organização Mundial de Saúde. Entre os países com mais doentes estão Brasil (só em 2010 foram 34,9 mil novos casos), Índia, Filipinas, Indonésia e Congo.

A hanseníase tem cura, e uma forma melhor de diagnóstico pode significar que um dia ela seja erradicada, segundo especialistas. Este novo teste dá resultado em menos de dez minutos a partir de uma incisão na pele, geralmente no lóbulo da orelha, para procurar a bactéria Mycobacterium lepraeem microscópio.

- Funciona como um teste de gravidez e requer apenas uma gota de sangue - disse Malcolm S. Duthie, que coordenou o desenvolvimento do teste no instituto de Pesquisas de Doenças Infecciosas, em Seattle. - Posso ensinar qualquer um a usá-lo.

Mais importante que o novo teste, no entanto, é a expectativa de diagnosticar a doença um ano antes do aparecimento dos sintomas, já que quanto mais cedo é o início do tratamento, melhores são os resultados.

A bactéria Mycobacterium leprae é transmitida apenas após contato prolongado e se espalha sob a pele nas partes mais frias do corpo, como mãos, pés, bochechas e lóbulos das orelhas. Os primeiros sinais visíveis são geralmente dormência e manchas sem cor na pele, muitas vezes confundidos com fungos, psoríase e lúpus. A vítima pode ter queimaduras frequentes ou cortes sem sentir. Após seis meses de sintomas, as lesões nos nervos se tornam permanentes. Mesmo quando um paciente fica curado — o que normalmente significa um tratamento com três tipos de antibióticos de seis meses a um ano. — ainda há um risco de ter úlceras infectadas ao longo da vida.

Historicamente a imagem da doença está associada à perda dedos das mãos e pés, porque conforma a bactéria mata os nervos, os músculos atrofiam e os dedos se torcem ganhando o aspecto de garras. Após o desuso e repetidos ferimentos, o corpo reage absorvendo o cálcio dos ossos, encolhendo os dedos.


O Globo
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